"Não estou a defender eleições porque não é possível. Se fosse…"
Antigo vice-governador do Banco de Portugal tem dúvidas sobre o que batiza de “convergência de Esquerda”.
© Reuters
Economia João Salgueiro
João Salgueiro já saiu da sua reunião com Cavaco Silva, ele que é um dos sete economistas (mais o atual governador do Banco de Portugal) que esta quinta-feira tem reunião marcada com o Presidente da República para falar sobre atual impasse político.
A dúvida, recorde-se, passa por saber se Cavaco Silva indigita António Costa, após o apoio parlamentar manifestado à Esquerda, ou se opta por um governo de gestão ou um governo de iniciativa presidencial.
À saída da reunião, perante jornalistas, o antigo ministro do governo de Balsemão não respondeu diretamente a qual seria a sua escolha. Mas admite que preferia outras opções (ainda que estas não sejam possíveis), nomeadamente novas eleições.
“Não estou a defender [eleições antecipadas] porque não é possível. Senão defendia”, afirmou. Mas João Salgueiro não se ficou por aqui.
“Isto não foi objeto de eleições”, afirmou, referindo-se a um Governo PS com apoio de CDU e Bloco. “Na atual convergência de Esquerda falavam mal uns dos outros” e uniu-se para, em primeira instância, “derrubar um governo chamado Direita”, queixou-se.
Já “PSD, PS e CDS ao longo destas décadas têm todos tido o mesmo projeto. Não têm tido a eficácia necessária, diga-se, mas todos têm o mesmo conjunto de prioridades e objetivos”, pelo que João Salgueiro desejava que houvesse uma “convergência estratégica” entre os partidos mais do ‘centrão’ político.
“Esta convergência chamada de Esquerda acho que é uma ideia útil de António Costa mas devia ter sido feita [antes] porque não se muda o panorama partidário em semanas. Outros países fizeram isso, mas leva anos”, afirmou.
Sobre questões técnicas, João Salgueiro deixou também críticas a opções de Mário Centeno, cujas ideias serviram de base para programa socialista.
Portugal tem potencial. “Nós não estamos é a atrair”, afirmou, acrescentando que o “consumo interno dinamiza-se por si, não precisa de ser dinamizado”.
"Tenho pena que Mário Centeno, em vez de ter um programa para aumentar despesa, não tenha um programa para aumentar investimento”, criticou.
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