Montepio: Eleições são processo "antidemocrático" e não afastam fraude
Antigo líder da UGT fez duras críticas à atual gestão do banco. Representante da Lista D pede mais informações e acusa a liderança de Tomás Correia de criar "uma muito maior exposição ao risco".
© LUSA
Economia João Proença
A campanha para as eleições do Montepio continua a decorrer sob um clima de enorme tensão. As acusações têm voado de um lado da barricada para o outro, com os novos candidatos à liderança da Associação Mutualista a apontarem o dedo à gestão de Tomás Correia.
Numa longa entrevista ao Jornal I, João Proença, representante da Lista D, junta-se ao coro de críticas e fala de um "desvio total dos objetivos mutualistas", com dois exemplos marcantes: a compra do Finibanco e os empréstimos ao GES.
"Mais de 100 milhões de euros foramà vida devido aos empréstimos às empresas do Grupo Espírito Santo", acusa o antigo líder da UGT, falando numa "muito maior exposição ao risco". Para o representante da lista liderada por António Godinho e apoiada por Bagão Félix, a Associação Mutualista "é um mero meio instrumental para criar uma complexidade de empresas e de instituições geridas pelo mesmo grupo de pessoas e com direções magnificamente remuneradas".
A lista de João Proença, Bagão Félix e António Godinho considera as atuais eleições "um processo profundamente antidemocrático e que não garante que não possa haver uma fraude". "Ainda não há dados sobre as eleições de 2012, não se sabe quem votou", recorda o antigo dirigente sindical, assegurando que "existem 500 associados que têm como morada os próprios balcões da Caixa Económica".
O grupo de candidatos à Associação Mutualista Montepio já apresentou uma providência cautelar na Procuradoria-Geral da República, esperando agora uma resposta. João Proença lembra que em 2012, uma providência cautelar "causou uma luta na comissão eleitoral (...) mas depois acabaram por enviar uma camioneta com caixas de papel às outras duas listas, com os dados dos associados".
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