Obrigação de pesar gás na botija é "impensável"
A Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC) criticou hoje a lei que obriga vendedores de gás engarrafado a pagarem aos clientes o que fica no fundo da botija, considerando impensável subir a um quinto andar com uma balança.
© Reuters
Economia ANAREC
Na conferência Mercado de Combustíveis em Portugal, em Lisboa, João Santos, da ANAREC, disse que o setor do gás engarrafado está "muito mal" e que os revendedores "não merecem isto", referindo a imposição, a partir de 18 de janeiro, de devolver em dinheiro o que fica no fundo da botija.
"Sinceramente, acho que os revendedores de garrafa não merecem isto", declarou, falando com experiência de quem já subiu a pé a um quinto andar para entregar uma botija, questionando se será possível para "ir com a garrafa [botija] e com a balança" para pesar o gás que ficou no fundo.
Neste contexto, o porta-voz dos pequenos revendedores de combustíveis apelou para que haja "algum bom senso" na altura de legislar, realçando que o setor já está em dificuldades, que serão ampliadas com a nova legislação que indica também que os operadores vão aceitar as garrafas de gás de qualquer marca.
O decreto-lei define que "todos os distribuidores e operadores retalhistas de GPL [Gás de Petróleo Liquefeito] engarrafado são obrigados a realizar a receção e troca de garrafas vazias de GPL, independentemente da marca".
Ou seja, por exemplo, um revendedor da Galp passa a ter de aceitar uma garrafa da marca Repsol e ao preço da garrafa de butano ou propano será descontado o valor que ficar no fundo.
Segundo dados da Deco - Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, há cerca de 300 gramas de gás que não são aproveitados e que, por norma, são devolvidos aos operadores, sendo que o custo anual deste desperdício para cada consumidor foi estimado em cerca 72 euros.
O mercado de botijas de gás representa 75% do gás consumido em Portugal, pois apenas 25% dos portugueses tem acesso a gás canalizado.
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