"Conseguimos o milagre de ter levado o país contra a parede"

No espaço de comentário semanal no programa 'Olhos nos Olhos' da TVI24, Henrique Medina Carreira abordou o tema que intitulou de impostos disfarçados de taxas.

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Notícias Ao Minuto
01/12/2015 23:51 ‧ 01/12/2015 por Notícias Ao Minuto

Economia

Medina Carreira

"As autarquias e os Estados recebem quantias que são impostos, prestações exigidas aos cidadãos, mas não sabemos para onde é que o dinheiro vai. Mas há outra prestação pública, que é a taxa. Uma quantia exigida, como contrapartida de um serviço que lhes é prestado", comenta o economista.

Como explicação, Medina Carreira indica que o "lançamento de taxas é permitido por lei aos municípios", mas "este é um sistema ‘facilitado’ para os municípios". O que tem levado a que "de repente levantem uma taxa em situações absurdas". Numa espécie de exemplo, o economista refere a água. "Não se paga a água pagam-se taxas. Isto é uma situação escandalosa", assegura.

"Temos em Lisboa 250 taxas. O caso da água é o mais expressivo de que algo não está bem. Isto é uma imoralidade. De vez em quando lançam mais qualquer coisa como taxa. Inventa-se e as anteriores vão-se acumulando", admite.

No comentário no programa 'Olhos nos Olhos', o economista afirma que "os dinheiros aqui em Portugal, sobretudo os públicos, são jogados com a maior desfaçatez e a maior irresponsabilidade".

Numa análise ao novo Governo empossado, tendo como primeiro-ministro António Costa, Henrique Medina acredita que "o que aí vem com estas novas decisões do Governo não podem deixar de provocar grandes agravamentos fiscais".

"O grande problema deste Governo é que vai aumentar a despesa de tal maneira que se repuserem as prestações ao nível de 2010 podemos endividar-nos em 20 mil milhões", indica.

Já em relação às privatizações das várias empresas que eram nacionais como a PT e a TAP, o comentador revela que foi conseguido um milagre. "Conseguimos o milagre de ter levado o país contra a parede. O resto foi tudo, tudo vendido. Não há nada que preste. Estamos a viver num país de estrangeiros. Foi uma série de ‘trafulhices’ e de tentativas de domínio político. Não temos nada português que seja grande e importante", termina.

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