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Itália prepara fundo de solidariedade para ajudar pequenos investidores
A Itália está a preparar a criação de um fundo de solidariedade para ajudar os pequenos investidores que perderam dinheiro na salvação de quatro bancos regionais, depois do suicídio de um homem que perdeu as suas poupanças.
© iStock
Economia Milão
O ministro das Finanças italiano, Pier Carlo Padoan, disse hoje na comissão parlamentar do orçamento que o Governo está "a preparar uma diretiva para a criação de um fundo", depois de a polícia ter apreendido documentos de um dos bancos como prova no processo de investigação sobre a morte de um pensionista.
Com esta medida, que será introduzida numa emenda do orçamento para 2016, os processos serão tratados caso a caso pelo regulador Consob.
"Não é possível excluir que os quatro bancos tenham vendido obrigações subordinadas a pessoas com um perfil de risco incompatível com a natureza dessas obrigações, mas isso tem de ser verificado mediante a análise de cada caso individual", referiu Padoan.
O ministro das Finanças disse que o Governo acredita que os esforços para compensar aqueles que perderam as suas poupanças sejam "compatíveis com as regras da União Europeia em termos de ajudas estatais", acrescentando que as conversações estão a decorrer com a Comissão Europeia.
A porta-voz da Comissão Europeia disse que "apoia as intenções" do Governo italiano de permitir que os pequenos investidores venham a pedir compensações aos bancos por eventuais irregularidades nas vendas das obrigações, noticiam os media italianos.
Os quatro bancos - Banca delle Marche, Banca Popolare dell'Etruria e del Lazio, Cassa di Risparmio di Ferrara e Cassa di Risparmio della Provincia di Chieti - estiveram sob administração especial nos últimos dois anos.
Um plano de resgate de 3,6 mil milhões de euros foi lançado pelo Governo no mês passado, usando o recente fundo de resolução nacional, que é patrocinado pela banca italiana.
Todo este processo gerou elevados prejuízos para alguns investidores, com o Governo a ser criticado após um reformado se ter enforcado depois de ter perdido 110.000 euros que tinha investido em obrigações emitidas pela Banca Etruria.
A polícia apreendeu hoje documentos ao Banca Etruria e os procuradores anunciaram que vão questionar os responsáveis pela instituição financeira sobre se o homem sabia o que tinha subscrito.
Quase metade dos 768 milhões de obrigações subordinadas 'engolidas' pelo plano de resgate foi efetuada por 10.500 investidores retalhistas, de acordo com o ministro das Finanças.
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