Recomendada avaliação "cuidadosa" de medidas como salário mínimo
A 'troika' recomendou hoje, na conclusão da terceira missão pós-programa a Portugal, que o impacto de medidas recentemente adotadas como o aumento do salário mínimo deve ser "cuidadosamente avaliado".
© Reuters
Economia Troika
"O impacto das medidas recentes e das planeadas sobre o salário mínimo deve ser cuidadosamente avaliado em relação ao seu impacto na estrutura salarial e nas perspetivas de emprego menos qualificado", lê-se no relatório.
Considerando que as "condições de empréstimo para Portugal permanecem favoráveis", a 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) considera que, "no entanto, em comparação com o programa de estabilidade para 2015, a estratégia orçamental pelo novo Governo aumentou as necessidades de financiamento brutas".
"Os mercados financeiros tornaram-se mais voláteis, o que torna o financiamento dos altos níveis de dívida soberana em mais um desafio para o Governo", refere a missão.
Por outro lado, o documento conjunto da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu (BCE) recomenda um maior esforço na redução do défice e da dívida, usando, nomeadamente, "poupanças resultantes da redução das taxas de juro".
"Poupanças resultantes da baixa dos pagamentos de juros, decorrentes de condições de financiamento favoráveis, devem ser totalmente usadas para a redução do défice e da dívida", recomenda o relatório.
O relatório da terceira missão de avaliação destaca ainda que "o ajustamento do défice estrutural subjacente em 2016 reflete um esforço de consolidação insuficiente", acrescentando que a redução da dívida deverá abrandar em relação ao que tinha sido previsto.
A missão da Comissão e do BCE reitera ainda a necessidade de se prosseguirem as reformas no mercado de trabalho, sublinhando que as taxas de desemprego jovem e do de longa duração continuam altas.
A 'troika' considera também não ser claro se outras reformas, "por exemplo a do sistema judicial", irão avançar.
A terceira avaliação pós-programa de resgate a Portugal, pelos técnicos da Comissão Europeia, BCE e Fundo Monetário Internacional -- que divulgou um relatório autónomo -- terminou na quarta-feira.
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