China pode estar a seis meses de ficar 'sem dinheiro'
Bancos europeus traçam um cenário negro para o futuro próximo das contas do Estado chinês. Efeitos no yuan poderão ser devastadores.
© Reuters
Economia Reservas
Os analistas financeiros dos maiores bancos de investimento da Europa estão cada vez pessimistas quanto à capacidade chinesa de manter as injeções de capital no sistema financeiro. A dimensão do mercado chinês tem criado dificuldades crescentes à intervenção do Banco Popular, que tem esvaziado as reservas nacionais para controlar a economia e os mercados.
Agora, o Société Générale avisa que os cofres chineses estão quase ‘vazios’, criando uma situação limite que poderá obrigar Pequim a entregar-se à maré dos investidores internacionais ainda este ano. “As reservas chinesas já caíram mais de 663 mil milhões de yuan (90 mil milhões de euros) desde meados de 2014”, revela Wei Yao, analista da Société Générale para o mercado chinês, garantindo que “ao ritmo atual, o Banco Popular da China apenas conseguirá defender a moeda nacional por dois ou três trimestres”.
A incapacidade de investir capital no controlo das cotações do yuan renmimbi pode deixar a moeda chinesa numa situação de alto risco. Mesmo com a ajuda do Estado, o valor face ao dólar já está a descer a um ritmo bem mais alto do que o previsto no início deste ano.
“Quando as reservas chegarem a 2,8 biliões de yuan renmimbi (380 mil milhões de euros) – algo que deverá acontecer num par de meses- o valor estará muito abaixo do nível mínimo recomendado pelo FMI”, avisa outro analista do Société Générale, Albert Edwards. “Os mercados continuam convencidos que o simples poder de fogo chinês é uma base sólida para suportar o yuan renmimbi. Isto não é verdade.”
De acordo com as últimas projeções do governo chinês, divulgadas em dezembro, as reservas financeiras eram de 3,33 biliões de yuan (452 mil milhões de euros). Os números mais recentes serão divulgados este fim de semana.
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