Crédito Agrícola considera positiva a consolidação da banca em Portugal
O presidente do Crédito Agrícola, Licínio Pina, considera positiva eventuais fusões de bancos em Portugal, considerando que instituições maiores têm mais capacidade de se capitalizarem, de financiarem a economia e de resistir melhor a crises.
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Além de admitir que a consolidação bancária em Portugal poderia ser bom para a instituição que dirige, Licínio Pina disse, sobretudo, que não vê problemas de um processo desse género para a economia, recusando nomeadamente que bancos com mais capital estrangeiro fossem menos sensíveis ao crédito a empresas em Portugal.
Para o presidente do Crédito Agrícola, atualmente, o sistema bancário português precisa de "conjugar a necessidade de capitalização com a necessidade de financiar a economia" e grandes bancos têm mais facilidade de fazer isso e de "resistir a crises".
"Quanto à espanholização de que se fala não tenho receio, se houver necessidade de capital para a banca, que venha onde vier e será bem aceite. Isso não é problema, o problema é não haver bancos fortes, se houver bancos fortes a economia é financiada", afirmou.
Quanto ao Crédito Agrícola, depois de ter estado interessado na aquisição do negócio do BBVA em Portugal, que não avançou, Licínio Pina disse que o grupo não tem de momento "nenhum projeto de aquisição de alguma rede ou de outro banco".
O Crédito Agrícola apresentou hoje 40,7 milhões de euros de lucros no ano de 2015, num crescimento de 51% face a 2014, isto no total do negócio bancário, seguros e gestão de ativos.
Os bancos controlados por espanhóis ou com maioria de capital espanhol valem mais de um quarto da banca portuguesa em termos de ativos, detendo uma quota de cerca de 28%, segundo cálculos efetuados pela Lusa baseados em dados da APB.
O ativo total do sistema bancário português (aplicações noutras instituições de crédito, instrumentos de capital e de dívida e créditos, entre outros) era pouco mais de 400 mil milhões de euros em junho de 2015, segundo os balanços consolidados de 17 instituições financeiras disponíveis no 'site' da Associação Portuguesa de Bancos (APB).
O banco estatal Caixa Geral de Depósitos ocupava o lugar cimeiro em termos do valor de ativos, representando um quarto do total (cerca de 100 mil milhões de euros), surgindo em segundo lugar o maior banco privado português, o Millenium BCP (quase 79 mil milhões de euros), que tem como acionistas de referência a angolana Sonangol (17,8%) e o grupo espanhol Sabadell (5%).
Em terceiro surge o Novo Banco (62 mil milhões de euros), controlado pelo Fundo de Resolução bancário (do Banco de Portugal e participado pelos bancos).
O Novo Banco deverá ser vendido em julho e os espanhóis BBVA, Santander, Popular e CaixaBank têm sido apontados na imprensa como potenciais interessados, o que, a acontecer, significaria que o peso dos acionistas espanhóis no mercado financeiro português passaria de 28% para quase 44%.
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