Próxima vítima da espanholização da banca pode ser o BCP
Edição de ontem do programa 'Negócios da Semana' foi rica em revelações sobre a situação do sistema financeiro português. Antigo Ministro das Finanças fala em pressão do BCE sobre o Governo.
© Reuters
Economia João Salgueiro
Visto como um dos grandes opositores do domínio espanhol da banca portuguesa, João Salgueiro não teve 'papas na língua' e denunciou a pressão do Banco Central Europeu para forçar a consolidação da banca ibérica.
Tudo começou, explicou João Salgueiro no programa 'Negócios da Semana', com um telefonema de Bruxelas quando o BPI tentou atrair mais capital angolano: "Isto foi comunicado ao banco, não sei se telefonicamente ou como é que foi, que mais africanos não é possível". Foi então sugerido que o novo acionista fosse um banco europeu. Qual? "Já sabemos qual é o banco que vai para lá. Por acaso é um banco espanhol", revelou João Salgueiro, apesar de recusar revelar o nome escolhido quando questionado por José Gomes Ferreira.
A entrada em cena das autoridades europeias terá feito soar alarmes em Belém e São Bento, e só assim, garante o ex-Ministro do governo de Francisco Pinto Balsemão, foi possível evitar "uma decisão que o BCE achava que eram favas contadas".
A decisão de colocar entraves à ação de Bruxelas vale a António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa os elogios de João Salgueiro, que usa o caso Banif para exemplificar o que não deve ser feito na banca portuguesa: "Achei logo uma imprudência aceitarmos a forma como foi feito o resgate, porque vai fixar o paradigma dos casos seguintes".
E qual é a solução à entrada de capital espanhol? Para o economista, a escolha é simples: "Nacionalizar para valorizar e vender". A começar, diz João Salgueiro pelo Novo Banco - "se for necessário" - e tendo como exemplo o Lloyds Bank no Reino Unido.
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