Gigante do norte da Europa rende-se à 'ditadura' da austeridade
Depois de muitos anos como exemplo da política de redistribuição de rendimentos e da solidez financeira, a Finlândia está encostada à parede. A solução é bem familiar para Portugal e outros países da periferia europeia.
© Reuters
Economia Cortes
Congelamento de progressões na carreira e dos aumentos salariais, cortes nos ordenados e benefícios da função pública, mais horas de trabalho em troca do mesmo pagamento, criação de um banco de horas e flexibilização do mercado laboral. A receita é bastante familiar para os portugueses, espanhóis, gregos e italianos, mas no norte da Europa, era ainda desconhecida.
Agora, as dificuldades financeiras e económicas forçaram um dos gigantes escandinavos a procurar soluções de estabilidade e o recurso à austeridade tornou-se inevitável. Com um 'buraco' nas contas de quase 400 milhões de euros, a Finlândia quer evitar a todo o custo um alargamento do défice ou uma queda na liquidez pública que afete o rating nacional e a solução é um corte generalizado nas despesas do Estado.
De acordo com a Bloomberg, o governo finlandês traçou um plano com linhas gerais muito semelhantes às do programa de resgate português e grego, assente numa forte concertação social e várias rondas de negociações. Para convencer sindicatos e patrões a trabalhar em conjunto, explica a Bloomberg, o Estado terá de insistir nos compromissos mútuos e preparar-se para fazer sacrifícios que permitam o sucesso da concertação.
Apesar dos anunciados cortes, e ao contrário do que aconteceu na maior parte da periferia da zona euro, o partido do governo finlandês manteve grande parte da popularidade e confiança dos eleitores um ano após a eleição. Mesmo com a perspetiva de tempos difíceis, os finlandeses acreditam nas decisões tomadas e pretende manter a estabilidade até às próximas eleições marcadas para 2019.
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