É um dos orgulhos angolanos, mas durante muito tempo a produção de petróleo não foi suficiente para o país ultrapassar a rival Nigéria no topo da lista de maiores produtores africanos.
A elevada dependência da matéria-prima fóssil levou uma aposta muito forte por parte da Nigéria e o número de refinarias e investimento enorme permitiram que o país da África Ocidental liderasse a produção de petróleo em todo o continente. O entanto, a ascensão de grupos terroristas e os ataques em larga escala criaram uma instabilidade permanente que se foi agravando até atingir o auge no último mês.
Depois dos ataques do Boko Haram, um novo grupo armado auto denominado Vingadores do Delta do Níger começou a reivindicar ataques às refinarias petrolíferas, lançando pânico na região crucial para a produção nacional, garante a BBC.
O Movimento de Emancipação do Delta do Níger, organização terrorista que usa os Vingadores como grupo de ataque, pede uma maior justiça social para a zona geográfica de origem e os assaltos e destruição de refinarias servem o propósito de controlar uma parte da produção de petróleo da Nigéria.
A incapacidade de manter as centrais de produção de combustíveis fósseis seguras levou a uma quebra significativa da oferta, que passou de cerca de dois milhões para 1,4 milhões de barris por dia, segundo dados avançados pela Reuters Africa. Ao mesmo tempo, Angola manteve a solidez produtiva com uma oferta de 1,8 milhões de barris por dia, número que lhe permitiu ganhar a coroa de maior produtor do continente africano.
Com a instabilidade a ser regra na política e sociedade, avizinham-se meses muito difíceis para a Nigéria e não se vislumbra uma 'luz ao fundo do túnel' no mercado do petróleo.