Agradados com "atenção dada às vacas", produtores pedem mudanças
Os produtores de leite pediram hoje que a resolução da crise no setor leiteiro seja prioridade na agenda do Governo, depois de o primeiro-ministro ter usado a miniatura de uma "vaca voadora" para mostrar que não há impossíveis.
© Reuters
Economia APROLEP
Na quinta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, entregou uma miniatura de uma "vaca voadora" à ministra da Presidência, Maria Manuel Leitão Marques, durante a apresentação do programa Simplex +, para mostrar que não há impossíveis.
Numa nota, a Associação dos Produtores de Leite de Portugal (APROLEP) manifestou "agrado pela atenção dada às vacas" por António Costa e faz "votos que o leite das vacas passe a fazer parte da agenda prioritária do primeiro-ministro".
A APROLEP considerou que a "crise real" que o setor enfrenta com "o falhanço das políticas de Bruxelas" e o fim das quotas leiteiras "tem causas internacionais e exige resposta a nível europeu, mas também nacional".
"Já que o senhor primeiro-ministro falou em vacas e coisas impossíveis, aproveitamos para lhe recordar alguns pontos onde esperamos que com o seu empenho, participação e otimismo seja possível", nomeadamente "estabelecer a nível europeu um mecanismo para evitar os excedentes de produção de leite que atualmente ocorrem" e "reduzir a importação de 500 milhões de euros de sobras de leite e produtos lácteos que resultam dos excedentes do mercado europeu", afirmaram.
Os produtores de leite consideram ainda que é preciso aumentar a percentagem de leite e produtos lácteos nacionais vendidos nos hipermercados portugueses, ajudar os produtores que atualmente estão a vender leite abaixo do preço de custo e criar uma rotulagem de origem do leite e produtos lácteos facilmente identificável pelos consumidores.
Para os produtores, é preciso também mais inovação na indústria e acelerar a exportação de produtos lácteos de valor acrescentado para outros mercados.
A APROLEP tem promovido, nos últimos meses, várias manifestações e ações em supermercados para exigir medidas ao Governo e sensibilizar a opinião pública para os problemas que o setor atravessa, pedindo aos consumidores que comprem produtos nacionais.
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