Trabalhadores contra lay-off que afecta 98 funcionários
Cerca de uma centena de pessoas concentraram-se esta terça-feira à tarde em frente às instalações da CaetanoBus contra a aplicação do lay-off decidido pela empresa, que abrange 98 trabalhadores, durante um prazo de seis meses.
© Lusa
Economia CaetanoBus
Conforme notícia avançada segunda-feira pela agência Lusa, o grupo Salvador Caetano volta a recorrer ao lay-off na sua participada CaetanoBus, em Vila Nova de Gaia, devido à redução do volume de encomendas, informação confirmada pela empresa fabricante de carroçarias e autocarros.
Hoje, em frente às instalações da empresa, cerca de uma centena de trabalhadores manifestaram-se contra esta decisão da administração, exigindo a revogação desta suspensão temporária da prestação de trabalho para 98 pessoas, que começou segunda-feira e prevê-se que dure seis meses.
Para sexta-feira, às 14h30, está já marcado um plenário de trabalhadores.
De acordo com Carlos Dias, da Comissão de Trabalhadores, "desde 2007" que a empresa tem vindo a propor acordos, "que os trabalhadores têm vindo a aceitar de uma forma penalizante", acusando a administração de querer que sejam "os trabalhadores a pagar e suportar a paragem das empresas".
"Somos 465 trabalhadores, 98 vão entrar em lay-off. Ontem tivemos uma reunião com a administração e ficou definido que este tempo será diminuído. Estava previsto que entre um e dois meses iam arranjar solução para esta situação", explicou aos jornalistas.
Contactada pela agência Lusa, fonte da empresa disse que estão "a trabalhar para obter encomendas e havendo mais encomendas, ou seja mais trabalho", serão chamados os trabalhadores e reduzido o período de lay-off.
"Temos uma quebra de encomendas, mas nada justifica aquilo que nos estão a fazer. Os trabalhadores, neste momento, são aqueles que mais produzem para a valia desta empresa", lamentou Carlos Dias.
De acordo com Carlos Dias, o processo de lay-off abrange os trabalhadores da linha 1 da empresa, que produz autocarros para o mercado nacional, estando os funcionários "revoltados pela maneira como o lay-off foi feito", já que "houve trabalhadores que foram deslocados de uma linha para a outra só para entrar" neste processo.
Um dos trabalhadores afectados é Flávio Marques, na empresa há 16 anos, que à agência Lusa disse que "um pouco de solidariedade com as pessoas não ficava mal" já que a adesão ao protesto não correspondeu às expectativas dos visados.
Segundo Flávio Marques, no protesto de hoje estavam "cerca de 30 trabalhadores" afectados pelo lay-off, acreditando que os restantes não compareceram "ou porque têm medo de represálias ou por questões monetárias".
"Não nos convencem de que a empresa não tinha outro caminho", mencionou Daniel Sampaio, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte (SITE-Norte), organização que solicitou uma reunião à administração da CaetanoBus, que foi recusada.
Numa nota, o SITE-NORTE "lamenta a falta de sensibilidade, para tentar encontrar uma solução que evitasse mais uma grave penalização de trabalhadores" e acredita que "o lay-off aplicado não se justifica, porque é consequência da não-aceitação da proposta de adaptabilidade horária" da administração.
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