"A despesa pública é o cancro da vida pública portuguesa"

No programa ‘Olhos nos Olhos’, Medina Carreira fez um balanço do plano de resgate internacional que Portugal sofreu e de quais os resultados que trouxe para o pais.

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Inês Esparteiro Araújo
24/05/2016 23:50 ‧ 24/05/2016 por Inês Esparteiro Araújo

Economia

Medina Carreira

Falando sobre a intervenção da Troika em Portugal, Medina Carreira falou sobre o estado atual da economia portuguesa e não mostrou bons resultados, principalemente no que diz respeito aos gastos públicos.

“Os gastos públicos são neste momento o problema mais difícil e mais influente para sairmos da situação em que estamos. Nós gastamos muito mais do que aquilo que podemos. Os impostos subiram sobretudo depois de 2012 e hoje atingem níveis críticos e preocupantes, porque não é possível em termos razoáveis impor mais carga fiscal e, caso se imponha, saber quais os efeitos que terá.”

Enquanto mostrava um gráfico sobre a dívida pública comparando vários países (Portugal, Grécia e Itália), de 1980 até 2014, Medina afirmou que Portugal “levantou voo”.

“As coisas até 2000 correram mais ou menos e depois nota-se que Portugal levantou voo, ficou paralela [a linha gráfica] à linha grega. Portugal é o país da Europa que suporta uma carga de juros com mais peso, 5% de juros. E estes números não variam muito de 2015.”

“A dívida pública é realmente um fardo e foi um dos fenómenos que pesou muitos nestes quatro anos. (…) É o cancro da vida pública portuguesa”, acrescentou o antigo ministro das Finanças.

É de recordar que com o resgate internacional, Portugal sofreu na economia uma injeção de 78 mil milhões de euros da Troika.

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