Portugal não precisa de banco público. CGD devia ser "dividida em três"
O presidente do Fórum para a Competitividade, Pedro Ferraz da Costa, considerou hoje que Portugal não precisa de ter "um grande banco público" e que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) deveria ser "dividida em três".
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Economia Ferraz da Costa
"Não acho que seja importante termos um grande banco público, acho que esse é um dos nossos problemas. Não acredito que os governantes desistam do poder de influenciar decisões, boas ou más, legítimas ou ilegítimas", afirmou o antigo presidente da Associação Empresarial Portuguesa.
Ferraz da Costa, que falava esta tarde num colóquio sobre 'Financiamento da Economia para o Crescimento', em Lisboa, afirmou que "o sistema bancário tem servido para queimar quantidades assustadoras de capital" e que as opções tomadas nas reprivatizações dos bancos "foram de modo a que o governo ou o sistema político conservasse, com grande controlo, a reconfiguração da banca".
"Quase todos os exemplos de novos bancos viveram de facilidades ou oportunidades autorizadas", disse Ferraz da Costa, segundo o qual "se a CGD não tivesse um balanço tão grande não poderia ter feito os disparates que fez".
Assumindo perante as várias personalidades presentes no colóquio que não acredita na supervisão bancária, Ferraz da Costa defendeu que a CGD deveria ser dividida em três, ou seja, "deveria ter uma 'holding', criando uma parte para o crédito à habitação e para o crédito hipotecário".
Deveria ter ainda em segundo lugar, e de acordo com o presidente do Fórum para a Competitividade, uma "banca voltada para o empréstimo às empresas" e, em terceiro lugar, "uma banca de investimento com uma supervisão especializada e que teria um papel muito importante na estratégia de crescimento" da economia.
A CGD tem estado nas últimas semanas no centro do debate político e económico.
A constituição de uma comissão de inquérito sobre a CGD, proposta pelo PSD e CDS-PP foi aceite na sexta-feira pelo presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, depois de ter enviado para o Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República (PGR), por dúvidas de legalidade, a versão inicial do requerimento.
Quanto à recapitalização do banco público, considerada fundamental, a imprensa tem referido valores da ordem dos 4.000 milhões de euros. No entanto, o valor da injeção de capital ainda não é conhecido formalmente e estão a decorrer negociações entre o Governo e a Comissão Europeia.
Em 2015, o banco teve 171,5 milhões de euros de prejuízos.
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