Depois do FMI ter reduzido em toda a linha as previsões económicas e ter demonstrado grande ceticismo sobre a capacidade portuguesa de cumprir a meta de défice assumida perante a Comissão Europeia e de Mário Centeno ter deixado a porta aberta para um Orçamento Retificativo com números de crescimento mais pessimistas, os dados revelados hoje pelo Banco de Portugal não ajudam a afastar o pessimismo.
"Em maio de 2016, a dívida pública situou-se em 237,6 mil milhões de euros, aumentando 1,6 mil milhões de euros relativamente ao final do mês anterior", revela o boletim estatístico do banco regulador nacional.
"Esta variação reflete emissões líquidas positivas de títulos (1,3 mil milhões de euros), com destaque para a primeira emissão de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (0,8 mil milhões de euros), e um aumento das responsabilidades em numerário e depósitos (0,3 mil milhões de euros)", explica o Banco de Portugal.
Ainda assim, nem tudo é negativo: "O crescimento da dívida pública foi acompanhado por um aumento mais acentuado dos ativos em depósitos (2,1 mil milhões de euros), pelo que a dívida pública líquida de depósitos da administração central registou uma diminuição de 0,5 mil milhões de euros face ao mês anterior, ascendendo a 219,2 mil milhões de euros".
O aumento de maio foi o maior deste ano, levando a dívida para um novo máximo histórico em numerário. O peso em termos de percentagem do PIb ainda não é conhecido, uma vez que os números da produção nacional do segundo trimestre ainda não foram divulgados oficialmente.
[Notícia atualizada às 12h00]