Bancos italianos tentam tranquilizar mercados e recuperam em bolsa
Os bancos italianos, incluindo o banco central, multiplicaram hoje as mensagens para tranquilizar os mercados e as ações do setor recuperaram na bolsa de Milão, depois de terem começado a recuar há seis meses.
© Reuters
Economia Vítor Constâncio
As declarações feitas na quarta-feira por Vítor Constâncio, vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), sugerindo a possibilidade de um apoio público limitado ao setor, parecem ter contribuído para esta recuperação, numa altura em que Roma tenta negociar essa opção com as autoridades europeias.
O setor bancário italiano tem mostrado nos últimos meses sinais de inquietação devido a problemas de crédito malparado. Desde o início de janeiro, o índice dos bancos italianos cedeu 51%.
Mas, hoje os títulos recuperam na bolsa de Milão, liderados pelo Banco Popolare, que às 14:10 (hora de Lisboa) subia 18,25%.
O governador do banco central italiano, Ignazio Visco, afirmou hoje que o problema do crédito malparado "é sério mas pode ser gerido", apesar de ser preciso tempo.
O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, também disse hoje que "os problemas de alguns bancos italianos podem ser facilmente resolvidos".
"O facto de não ter havido intervenção na banca entre 2011 e 2013, quando isso podia ser feito, foi um erro. Mas agora, os problemas de alguns bancos italianos podem ser facilmente resolvidos", disse Renzi na mensagem semanal que publica no seu portal.
O líder do grupo Intesa Sanpaolo, Carlo Messina, considerou que o sistema bancário italiano está em condições de resolver a situação do crédito malparado.
Numa altura em que os resultados dos testes de resistência da Autoridade Bancária Europeia devem ser publicados a 29 de julho, Messina afirmou que o Intesa Sanpaolo "terá certamente êxito".
Vítor Constâncio sugeriu na quarta-feira em Madrid "uma reflexão profunda" sobre a possibilidade de haver "um pequeno apoio público" para melhorar significativamente o setor bancário afetado pelo 'Brexit' (saída do Reino Unido da União Europeia).
"A situação atual, depois de uma nova onda de baixas nos preços das ações depois do 'Brexit', merece uma reflexão profunda sobre a compensação de algumas falhas de mercado com um pequeno apoio público para melhorar significativamente a estabilidade de alguns setores bancários", disse Vítor Constâncio numa conferência organizada pela Universidade de Navarra.
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