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Guiné-Equatorial desistiu de investir no Banif devido a protestos

O secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Murade Murargy, afirmou à Lusa que a Guiné Equatorial desistiu de investir no banco Banif face a protestos em Portugal contra essa possibilidade.

Guiné-Equatorial desistiu de investir no Banif devido a protestos
Notícias ao Minuto

08:00 - 22/07/16 por Lusa

Economia Murade Murargy

"Quando a Guiné Equatorial quis participar na compra de ações do Banif, levantou-se uma onda de protesto aqui. O ex-ministro Luís Amado foi acusado de muitas coisas. Eles retraíram-se", relatou à Lusa o responsável da CPLP, em entrevista à Lusa a propósito do segundo aniversário da adesão da Guiné Equatorial à organização lusófona.

"Parece que não querem os nossos capitais, também não vamos entrar", disse, referindo-se à decisão então tomada por investidores equato-guineenses de desistir da intenção de entrar no capital do banco português.

"Eu sei porque acompanhei o processo, tive reuniões", afirmou Murade Murargy.

O anterior presidente do Conselho de Administração do Banif, Luís Amado, afirmou, em março, que "houve um ruído muito grande à volta da participação da Guiné Equatorial".

"Admito que o ambiente e alguma hostilidade criada tivessem inibido as autoridades da Guiné Equatorial", disse o responsável no parlamento, em março, no âmbito da comissão de inquérito ao Banif.

Em declarações à Lusa, Murade Murargy disse que, apesar de não ser conhecido nenhum investimento da Guiné Equatorial em Portugal, "as coisas estão a acontecer a nível comercial", em particular com o Brasil e com Portugal.

A entrada da Guiné Equatorial na CPLP ocorreu, a 23 de julho de 2014 na cimeira de Díli, após "um minucioso processo", como descreve a CPLP na sua página oficial, e foi recebida com protestos, principalmente em Portugal, do meio político e cultural e também de organizações de defesa dos direitos humanos.

O "roteiro de adesão" de Malabo à organização lusófona prevê a abolição da pena de morte, a difusão do português como língua oficial e uma maior abertura democrática.

O regime de Teodoro Obiang, no poder desde outubro de 1979, é acusado por várias organizações da sociedade civil de constantes violações dos direitos humanos e perseguição a políticos da oposição.

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