Atrasos na produção da pera rocha arrastam colheita para final de agosto
A produção de pera rocha do Oeste está atrasada devido a instabilidades climáticas e a colheita vai ser adiada do início para o fim de agosto, o que não acontecia há 10 anos, anunciou hoje a associação do setor.
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Economia Oeste
"As condições climatéricas, com temperaturas amenas e períodos prolongados de chuva, trouxeram-nos situações anómalas e dificuldades na floração e nos vingamentos da fruta, o que fez com que a colheita, que começava por volta do dia 10 de agosto, seja iniciada na última semana de agosto", disse Aristides Sécio, presidente da Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha (ANP), à agência Lusa.
A associação do setor receia que haja falta de mão-de-obra, já que, sendo um trabalho temporário, a colheita costuma ser assegurada sobretudo por jovens estudantes e trabalhadores de outros setores a gozar férias.
A ANP, cujos associados detêm 85% da produção nacional, estima uma produção para este ano de 140 mil toneladas, cerca de 10% acima da campanha anterior.
Ainda assim, as campanhas de 2016/2017 e 2015/16 registaram uma quebra de produção face há dois anos (2014/2015), quando a produção atingiu as 202 mil toneladas.
Se no último ano de produção a instabilidade climática dificultou o desenvolvimento da fruta, no ano passado um fungo, já na fase final da produção, causou uma quebra de 40% face à campanha anterior.
Contudo, nem tudo foram más notícias, uma vez que, com a quebra de produção, "a procura foi maior do que a oferta, o que resultou numa subida de preços" e permitiu equilibrar o rendimento dos agricultores.
Na campanha de 2015/2016, que agora termina, foram produzidas cerca de 115 mil toneladas, o que permitiu ao setor receitas entre os 100 a 110 milhões de euros, contra os 120 milhões de 2014/2015.
Do total a produção, 70 mil toneladas foram para exportação, tendo como principais mercados o Brasil (29.000), o Reino Unido (11.00), França (9.000), Marrocos (8.300l) e Alemanha (4.300).
Entre os mercados externos emergentes para onde houve exportação de fruta, estão a Líbia, Emirados Árabes Unidos, Azerbaijão, Gana, Nigéria e Sri Lanka.
A pera rocha é produzida (99%) nos concelhos entre Mafra e Leiria, numa área de cultivo de 11 mil hectares, sendo os concelhos de maior produção os do Cadaval e Bombarral.
A fileira dá trabalho a 4.700 pessoas, empregando diariamente 13 mil pessoas na época da colheita.
A pera rocha do Oeste possui Denominação de Origem Protegida, um reconhecimento da qualidade do fruto português por parte da União Europeia.
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