Banco de Moçambique dá 6 meses para estabilizar banco intervencionado
A administradora para a supervisão bancaria do Banco de Moçambique disse que a administração provisória do Moza Banco, que teve a sua comissão executiva suspensa na semana passada, terá a missão de repor a estabilidade financeira em seis meses.
© LUSA
Economia Supervisor
"A missão é repor a estabilidade financeira do banco. É tentar fazer uma limpeza daquilo que possam ser alguns créditos que não estavam a ser cobrados. E este processo não deve ir para além de seis meses", disse Joana Matsombe, citada hoje pelo diário O país.
O Banco de Moçambique anunciou na sexta-feira ter suspendido o conselho de administração e a comissão executiva do Moza Banco, do qual o Novo Banco detém 49%, para "proteger os interesses dos depositantes".
Joana Matsombe declarou que a reposição da estabilidade financeira do banco visa preparar a venda da instituição, considerando que o " banco é bom e o seu único problema foi não ter sido injetado capital para repor os rácios de solvabilidade".
"Neste momento, o que mais nos preocupa são os clientes", afirmou a administradora para a supervisão bancaria do Banco de Moçambique, considerando que, de momento, é prematuro avançar se houve ou não indícios criminais na antiga administração.
De acordo com o comunicado de imprensa divulgado na sexta-feira, "a situação financeira e prudencial do Moza Banco tem vindo a degradar-se de forma insustentável", o que tornou necessário "reforçar as medidas extraordinárias de saneamento", previstas na lei, para "proteger os interesses dos depositantes e outros credores", salvaguardando "as condições normais de funcionamento do sistema bancário".
Perante esta situação, o Banco de Moçambique designou um novo presidente e novo conselho de administração para o Moza Banco, em que o Novo Banco de Portugal tem uma participação de 49%.
João Filipe Figueiredo vai presidir ao novo conselho de administração do Moza Banco, S.A., "com efeitos imediatos". O "mandato durará até à normalização da situação", indica.
"O Banco de Moçambique assegura ao mercado, aos clientes e ao público em geral que o Moza Banco continuará a funcionar dentro da normalidade", refere.
Em julho, o Moza Banco reagiu, em comunicado, a rumores sobre uma falência iminente e assegurou se encontra sólido.
"Os factos e o desempenho que temos tido nos últimos anos, demostram claramente o contrário e reforçam a convicção dos acionistas e gestores de que o Moza continua a sua trajetória de inovação e crescimento", de acordo com o comunicado, na altura.
Em 2015, o Moza registou um resultado líquido de 81,7 milhões de meticais (1,1 milhões de euros ao câmbio atual), abaixo dos 153 milhões de meticais (dois milhões de euros) no ano anterior.
Fundado em 2008, o Moza é o quarto maior banco do país, sendo detido em 50,9% pela Moçambique Capitais e em 49% pelo Novo Banco.
Em 2015, realizou uma mudança de imagem, mantendo 800 trabalhadores e 59 unidades de negócio em todo o país, 76 mil clientes, e uma quota de mercado de 7,2% no crédito, 7,68% nos depósitos e 8,88% nos ativos.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com