Banco de Portugal volta a baixar previsões e espera crescimento de 1,1%

O Banco de Portugal voltou hoje a cortar as previsões de crescimento para o PIB este ano, estimando que a economia cresça 1,1%, abaixo dos 1,3% previstos em junho e dos 1,6% registados no conjunto de 2015.

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Lusa
07/10/2016 13:08 ‧ 07/10/2016 por Lusa

Economia

OE2016

As projeções agora atualizadas pelo Banco de Portugal no Boletim Económico de outubro, hoje divulgado, são mais pessimistas do que as do Governo, que oficialmente espera que a economia cresça 1,8% este ano. No entanto, o primeiro-ministro, António Costa, admitiu esta segunda-feira em entrevista ao jornal Público que o Produto Interno Bruto (PIB) poderá crescer apenas pouco acima de 1% este ano.

Ao longo deste ano, o Banco de Portugal tem vindo a cortar, sucessivamente, as previsões do crescimento da economia.

Em dezembro do ano passado, a entidade liderada por Carlos Costa admitia que o PIB avançasse 1,7% este ano, estimativa que reduziu em março para 1,5% e em junho para 1,3%.

A estimativa hoje divulgada, de 1,1%, é justificada pelo Banco de Portugal pelo mais fraco desempenho da procura interna, nomeadamente do investimento, sendo prevista agora uma queda de 1,8% na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), abaixo da estimativa de ligeiro crescimento de 0,1% feita em junho mas sobretudo do crescimento de 4,5% conseguido em 2015.

O Banco de Portugal destaca ainda que a "componente de investimento público é a que apresenta um contributo mais negativo para a variação anual da FBCF, projetando-se uma queda significativa para o ano corrente".

Também a desaceleração do consumo privado contribui para a revisão em baixa do PIB. A estimativa para o consumo privado é agora de 1,8%, abaixo dos 2,1% de junho e dos 2,6% registados em 2015.

Também as exportações totais deverão crescer menos este ano, 3% em termos homólogos, o que compara com os 6,1% de 2015, uma desaceleração que o banco central relaciona com o "menor crescimento da procura externa", sobretudo quando há um "comportamento desfavorável das vendas para alguns mercados extracomunitários, com destaque para Angola e, em menor grau, para a China".

Ainda assim, a entidade liderada por Carlos Costa melhorou as estimativas para as exportações face ao que projetou em junho, quando previa 1,6%.

Apesar do corte do crescimento do PIB estimado para o total do ano de 2016, o Banco de Portugal diz esperar que o segundo semestre apresente "alguma aceleração da atividade económica" face à primeira metade do ano.

Ainda no Boletim Económico hoje divulgado, o Banco de Portugal mantém as perspetivas para a inflação em 0,7%, acima dos 0,5% do ano de 2015.

Já a taxa de desemprego prevê-se que diminua para 11,2% este ano face aos 12,4% de 2015.

Este Boletim Económico não inclui projeções para o ano de 2017.

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