Ordenados de administradores da CGD alinhados com os da banca
O secretário-geral do PS defendeu hoje que os vencimentos dos administradores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) devem estar alinhados com os praticados na banca, alegando que a instituição concorre no mercado e exige gestão profissional.
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Economia Costa
António Costa falava no final de uma sessão de esclarecimento promovida pelo PS sobre o Orçamento do Estado para 2017, no Teatro São Luiz, em Lisboa, depois de uma senhora ter protestado com "o escândalo" dos elevados ordenados pagos aos administradores da CGD.
"A CGD concorre no mercado com todos os outros bancos e tem de trabalhar no mercado como trabalham os outros bancos - e não é possível que a administração da Caixa tenha ordenados alinhados pelo vencimento do primeiro-ministro e não pelo vencimento que é normal no quadro da banca. Infelizmente para o primeiro-ministro, o ordenado do primeiro-ministro é muito inferior ao ordenado que existe na banca, mas não me queixo, porque escolhi estar aqui", declarou o líder do executivo.
Na resposta à pergunta, António Costa admitiu que a sua posição sobre esta matéria até pode ser impopular.
"Se queremos uma CGD profissionalmente gerida, com capacidade técnica e independência, para que não sofra pressões do acionista, temos de oferecer aos gestores da CGD as mesmas condições que têm os gestores dos outros bancos. Caso contrário, estamos a ter um banco, um banco que é nosso, que é de todos nós, a concorrer em condições no mercado inferiores aos outros bancos", alegou o primeiro-ministro.
Mas o líder do executivo foi ainda mais longe na defesa da sua posição, dizendo que não arrisca "a má gestão na CGD, porque a estabilidade e o fortalecimento da Caixa dão muito trabalho a conseguir e são absolutamente essenciais para todos".
"Por isso, o que quero é uma gestão capaz, competente e funcional", completou, recebendo uma salva de palmas por parte dos militantes socialistas.
António Costa acusou ainda o PSD e o CDS-PP de "mentirem em matéria de salários de gestores da CGD".
"Apesar de terem criado um teto ao nível dos vencimentos, estabeleceram igualmente uma exceção: Que as pessoas podiam ganhar mais se auferissem a média do que obtiveram na média dos três anos anteriores. Isso fazia com que, num mesmo conselho de administração, existissem pessoas a ganhar muito e outras pouco. Ora, isto não é possível", criticou o secretário-geral do PS.
Também de acordo com o líder socialista, o atual presidente da CGD "não ganha mais agora, porque o vencimento que tinha [antes] até ficaria acima do atual".
"Não foi por isso a alteração da regra legal que faria [o presidente da CGD] ganhar mais ou menos - e essa não é a questão essencial. A questão é termos numa estrutura uma gestão profissional, em que as pessoas ganhem todas o mesmo. Não faz sentido que ganhem mais ou menos consoante aquilo que antes faziam", insistiu António Costa.
Para o primeiro-ministro, em suma, antes da alteração introduzida pelo atual Governo, "existia um truque, fingindo-se que havia um teto remuneratório".
"Mas esse teto não existia, na prática, porque as pessoas podiam ter um vencimento semelhante ao que já ganhavam anteriormente", acrescentou.
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