"Teremos de cortar (não quatro mas) mais de 10 mil milhões"
O empresário e antigo presidente da Confederação da Indústria, Pedro Ferraz da Costa, explica em entrevista ao jornal i, publicada na edição deste fim-de-semana, que o corte de quatro mil milhões de euros na despesa pública peca “infelizmente por defeito”, defendendo que é necessário cortar mais de dez mil milhões.
© LUSA
Economia Ferraz da Costa
Em entrevista ao jornal i, o empresário e antigo presidente da Confederação da Indústria, Pedro Ferraz da Costa defende que é “essencial explicar à opinião pública a situação actual”.
“[Com] os salários públicos e as despesas sociais a absorverem a totalidade dos impostos cobrados não é, nem será, sustentável. A nossa economia não suporta um Orçamento do Estado com a dimensão actual, que gera um défice de dez mil milhões de euros”, destaca Ferraz da Costa.
Assim sendo, e depois de “já termos reduzido seis [mil milhões], que se referiam a despesas de capital, o que quase anulou o investimento público e só quatro mil milhões se referem à despesa corrente”, é fácil fazer as contas, refere o empresário.
“Teremos de cortar mais de dez mil milhões, ou seja, os quatro mil milhões que são referidos como impossíveis de realizar pecam infelizmente por defeito”, afirma nesta entrevista ao i.
Questionado sobre se considera que a austeridade atingiu o limite na Europa, Ferraz da Costa refere que “se pensarmos que a Europa representa cerca de ¼ do PIB mundial e mais de 50% das despesas sociais no Mundo, é difícil aceitar que não somos um continente privilegiado”, agora cabe aos políticos resolver o “problema” de inverter as expectativas.
Ferraz da Costa diz ainda que será “muito pouco provável” os países do Sul da Europa recuperarem no seio de uma zona euro em recessão, contudo descreve como “assustador” e “subavaliado” um possível cenário de saída da moeda única.
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