"Portugal só tem uma oportunidade de crescimento e de um crescimento mais forte se souber dar oportunidades a esta nova geração, a geração mais qualificada de sempre, e a geração que, pelas qualificações que tem e pela capacidade de trabalho que tem, pode conseguir pôr o país a crescer mais", afirmou Caldeira Cabral aos jornalistas, no Porto, no final da inauguração da sede da empresa tecnológica Blip.
Mas para Portugal ter essa oportunidade de crescer, segundo o ministro, "é preciso dar oportunidades a estas empresas, a esta geração" de "talento".
Caldeira Cabral destacou o programa StarUP Portugal, bem como a Web Summit, que terminou na quinta-feira, em Lisboa, como iniciativas que visam o "apoio ao empreendedorismo".
No seu discurso, o ministro da Economia disse que o "esforço agora" é o de conseguir que "a geração mais qualificada de sempre" possa ter oportunidades em Portugal.
"Agora, o mais importante é saber aproveitar o enorme contributo desta geração", sublinhou, destacando empresas da área tecnológica como a que visitou.
Segundo o ministro, o que o Governo está a fazer com a Web Summit e com a StartUp Portugal "não tem a ver com empresas pequenas que vão continuar pequenas, mas sim com empresas que, estando a nascer e sendo pequenas, têm um enorme potencial de crescimento e enorme potencial de em três/quatro anos passarem de 30 trabalhadores para 300".
"É por isso que temos uma estratégia para estas empresas no Governo", sustentou, acrescentando que são empresas assim "que investem, que atraem e retêm o talento em Portugal, e que permitem com isso que Portugal cresça".
Caldeira Cabral destacou também o "papel muito forte da Câmara do Porto na atração do investimento a estas empresas", o que demonstra que "está ao lado de quem cria riqueza" e "compreendeu bem" o caminho a seguir.
"As câmaras municipais compreenderam bem, e as que não compreenderam vão ficar para trás", disse o ministro.
Na sua opinião, é preciso "atrair investimento e acolhê-lo", sendo que "a qualidade de vida também é o que retém talento em Portugal e vai atrair mais talento".
O ministro inaugurou ao fim da manhã a nova sede da Blip, empresa tecnológica da área do 'software' para a Internet e telemóveis, que tem um espaço de 5.800 metros quadrados e onde trabalham 285 quadros "altamente qualificados, o que constitui uma clara aposta no futuro", disse, em declarações à Lusa, o diretor-geral da empresa, Hélder Martins.
A Blip, que há quatro anos tinha um escritório no Porto, com 2.500 metros quadrados, onde trabalhavam 35 engenheiros que desenvolviam 'software', decidiu agora investir na nova sede devido ao "crescimento exponencial" registado desde então.
"Estávamos a crescer e a capacidade máxima do escritório, com uma área útil de 2.500 metros quadrados já não era suficiente para comportar o número de colaboradores, que atingirão os 300 no final de 2016", disse o responsável da empresa.
Constituída em 2009 com apenas três colaboradores, a Blip foi adquirida em 2012 pela Paddy Power Betfair (PPB), empresa britânica de jogo 'online' cotada na bolsa de Londres.
A Blip já desenvolvia 'software' para a britânica Betfair, que, entretanto, por fusão com a Paddy Power, tornou-se num gigante do jogo 'online'. Apostou na tecnológica portuguesa para ser o seu principal centro de produção de 'software', tendo investido, desde que a adquiriu, em 2012, 30 milhões de euros, dos quais 2,5 milhões na nova sede na cidade do Porto, hoje inaugurada.
Hélder Martins afirmou que a sua "principal ambição para 2017" é conseguir mostrar o que faz aos seus pais e avós, com a possibilidade de ter em Portugal os produtos desenvolvidos na empresa.