Governo admite reduzir tempo de mobilidade e dar subsídio de desemprego
O Secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, admitiu esta terça-feira a possibilidade de atribuir subsídio de desemprego aos trabalhadores do Estado colocados no regime de requalificação.
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Economia Possibilidade
Nesse caso, poderá vir a ser reduzido, em relação à proposta inicial, o tempo de requalificação profissional - que vem substituir o regime de mobilidade especial - e que o Governo estimava em 18 meses, segundo Hélder Rosalino.
"A ser atribuído o subsídio de desemprego, será atribuído em termos gerais, de acordo com as regras que hoje vigoram, sendo que, obviamente, o subsídio de desemprego não será pago pela Segurança Social, mas será assegurado pelos próprios organismos do Estado", afirmou o secretário de Estado sobre a "possibilidade" apresentada aos sindicatos.
Hélder Rosalino referiu tratar-se de uma matéria que "ainda não está definida", mas confirmou que "essa é uma hipótese em aberto que tem de ser discutida e que tem subjacente um período menor de permanência na requalificação".
Insistiu que é intenção do Governo promover a "convergência e a equidade" entre os regimes do sector público e do sector privado.
"Prevendo, com a atribuição do subsídio de desemprego, uma aproximação quase total entre os trabalhadores do sector público e do sector privado em matéria de reorganização de serviços, questiono se se manterá a necessidade de se manter a licença sem retribuição", acrescentou.
O Governo começou hoje a negociar com os sindicatos as novas regras da mobilidade na função pública, uma das medidas da reforma do Estado com as quais o executivo quer cortar quase 4.800 milhões de euros até 2015.
As várias medidas apresentadas pelo Governo afectam essencialmente os funcionários da administração pública e os pensionistas, mas o primeiro pacote de alterações a serem negociadas é o da mobilidade.
Actualmente, os trabalhadores da função pública colocados em mobilidade especial perdem gradualmente remuneração, mas podem permanecer neste regime sem qualquer limite temporal.
De acordo com a proposta inicial do Governo enviada aos sindicatos, que altera profundamente este cenário, os funcionários passarão a receber, já este ano, dois terços do salário durante os primeiros seis meses de permanência, metade do salário nos seis meses seguintes e um terço do salário nos últimos seis meses.
Passados estes 18 meses, deixam de ter qualquer rendimento, uma vez que não está prevista a atribuição de subsídio de desemprego.
Segundo o semanário Expresso, esta é uma matéria em que o Governo poderá ainda recuar de forma a evitar eventuais inconstitucionalidades.
O conjunto de medidas apresentadas pelo Governo ultrapassa, no entanto, as questões relativas à mobilidade: aumento do horário de trabalho, convergência mais rápida entre o sistema de pensões público e privado, rescisões com 30 mil funcionários, revisão dos suplementos remuneratórios ou aumento das contribuições para a ADSE são algumas das medidas que o Governo quer ver concretizadas.
As discussões entre o Governo e os sindicatos decorrerão ao longo do mês de maio e até 04 de Junho.
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