Presidente da Fed pede no Congresso prudência orçamental nos EUA
A presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed), Janet Yellen, defendeu hoje prudência nas medidas de relançamento orçamental que deverão ser adotadas pela administração do Presidente, Donald Trump.
© Reuters
Economia Janet Yellen
"Espero que as mudanças de política orçamental sejam compatíveis com o objetivo de manter o orçamento dos Estados Unidos numa trajetória viável", afirmou Yellen, numa comissão do Senado, onde comparece de seis em seis meses para falar sobre o estado da economia.
O discurso de Yellen fez várias vezes referências à "incerteza" e ao "impacto potencial" das possíveis medidas orçamentais.
A presidente do banco central dos Estados Unidos considerou que "possíveis mudanças nas políticas orçamentais e outras medidas podem ter impacto" nas perspetivas económicas.
Donald Trump prometeu reduzir os impostos, principalmente das empresas, e aumentar consideravelmente a despesa com infraestruturas, o que coloca questões sobre o financiamento dessas medidas e sobre o impacto que terão no défice.
"Nas próximas reuniões, o comité de política monetária vai avaliar se o mercado do emprego e a inflação continuam a evoluir de acordo com o esperado, o que, a confirmar-se, justifica um novo ajustamento das taxas" de juro, indicou Yellen. A próxima reunião da Fed será em 14 e 15 de março.
Em dezembro passado, a Fed decidiu uma subida dos juros de um quarto de ponto percentual e prevê fazer mais três ligeiros ajustamentos ao longo de 2017. As taxas de referência estão atualmente entre 0,50% e 0,75%.
"Esperar muito antes de restringir a flexibilidade da política monetária seria imprudente", apontou.
Yellen advertiu que uma subida mais brusca do custo do crédito poderia "perturbar os mercados financeiros e provocar uma recessão".
"Apesar de não ser minha intenção dar uma opinião sobre propostas de impostos ou de despesa, quero sublinhar a importância de melhorar o ritmo de crescimento a longo prazo e de elevar o nível de vida dos americanos através de políticas que visem fazer avançar a produtividade", declarou Yellen, que foi criticada por Trump durante a campanha eleitoral para as presidenciais.
A presidente da Fed, cujo mandato acaba dentro de um ano, lembrou os progressos feitos com a administração do Presidente Barack Obama, desde a crise financeira de 2008 e apontou que desde 2010 "foram criados perto de 16 milhões de empregos". Yellen manifestou, no entanto, "desalento por a taxa de desemprego das minorias" (negros e hispânicos) "continuar significativamente mais alta" do que a do resto da população.
Sobre a situação da economia, a líder do banco central disse que os gastos dos consumidores, um dos principais fatores de crescimento da primeira economia mundial, têm progredido "solidamente" e que a "confiança das empresas melhorou consideravelmente nos últimos meses".
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