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Svalbard: As ilhas de gelo que dão luz a Portugal

A mil quilómetros do Pólo Norte, num território com dois terços do tamanho de Portugal e 2.500 habitantes, encontram-se as minas de carvão mais setentrionais do planeta, indústria centenária em Svalbard que conta com a EDP entre os principais clientes.

Svalbard: As ilhas de gelo que dão luz a Portugal
Notícias ao Minuto

07:00 - 18/05/13 por Lusa

Economia Electricidade

Desprovido de árvores e abundante em gelo, este arquipélago norueguês, onde reina o urso polar, orgulha-se de vários recordes: além das minas, tem também a povoação e a universidade mais a norte de todo o mundo, algures entre os 74 e os 81 graus de latitude, e até uma original comunidade composta por investigadores (Ny-Ålesund).

A empresa mineira norueguesa SNSK (Store Norske Spitsbergen Kulkompani) implantou-se nas ilhas em 1916 e, desde então, tem sido um dos pilares económicos de Svalbard, exportando quase todo o carvão que produz, com Portugal no topo dos destinos.

Mas o carvão perdeu o fulgor de outras épocas e, no ano passado, a empresa, que mantém atividade comercial apenas numa mina apresentou, pela primeira vez, prejuízos no valor de 31 milhões de euros (234 milhões de coroas).

Elisabeth Larsen, gestora de vendas da Store Norske Spitsbergen Grubekompani (SNSG), pertencente ao grupo SNSK, recebe a Lusa na sede da empresa, em Longyearbyen, viagem a convite da Embaixada da Noruega em Lisboa. Na sede da empresa repete-se um costume de Svalbard: as botas deixam-se à entrada dos edifícios.

Os hábitos peculiares desta terra gelada, onde há tantas motas de neve como habitantes e os trenós de cães disputam turistas, não ficam por aqui.

Passear fora dos povoados implica andar armado e até os alunos da universidade local (Unis) começam os estudos com um curso de sobrevivência onde aprendem a usar armas de fogo para que um primeiro encontro com o urso polar, não se torne também no último.

"Em Spitsbergen [a maior ilha de Svalbard] produzimos cerca de 2 milhões de toneladas por ano. Quase tudo é exportado e cerca de 25 mil toneladas são usadas na central elétrica local", explica Elisabeth Larsen junto a um depósito de carvão a lembrar a atividade mineira que existiu outrora em Longyearbyen.

Para a EDP, segue um número variável de toneladas por ano. As últimas 240 mil toneladas foram embarcadas no ano passado e tiveram como destino os portos de Gijón, em Espanha.

"[A EDP] tem instalações tanto em Portugal como em Espanha, por isso, podem optar por escolher para onde querem levar o carvão", disse a responsável da SNSG, assinalando que transportar a carga para Espanha sai mais barato.

O transporte do carvão realiza-se apenas entre meados de julho e meados de novembro porque o fiorde através do qual os navios seguem está carregado de gelo durante grande parte do ano.

Os elevados custos da produção e a descida dos preços do carvão, que viu o seu valor reduzir-se 2,5 vezes face a 2008, preocupam Elisabeth Larsen.

"Em 2008 atingimos um pico nos 214 dólares por tonelada enquanto o índice atual anda à roda de 85 dólares. É uma grande diferença. Estamos no limite, temos de tentar reduzir os custos o que pode passar por uma redução no número de empregados, tentar negociar os fretes ou usar os equipamentos de uma forma mais racional", sugere.

O principal povoado de Spitsbergen, onde residem cerca de duas mil pessoas, já produziu carvão, mas as instalações estão praticamente desativadas.

A maioria dos 380 trabalhadores da SNSK está na mina de Svea, a 60 quilómetros de Longyearbyen, onde dispõem de casas e cantinas e alternam as semanas laborais com visitas às famílias.

Mas se a decadência da indústria mineira causa inquietações, outras atividades como o turismo e a investigação prosperam, provando que a ilha tem mais para oferecer do que a neve.

Os "caçadores" de auroras boreais preferem os meses de escuridão total do inverno ártico, mas a partir de março é possível aproveitar a luz do sol de dia ou de noite.

Desde que as nuvens ajudem porque em Svalbard é a Natureza que decide.

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