Desemprego vai durar se não se incentivar investimento produtivo
O antigo ministro da Finanças João Salgueiro considerou hoje que se Portugal não incentivar mais o investimento produtivo vai ter um ajustamento muito longo e desemprego durante muito tempo.
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Economia João Salgueiro
“É fundamental que se encoraje o investimento produtivo, não só na vertente da captação do Investimento Direto Estrangeiro (IDE) como na do investimento produtivo português. Se não o fizermos, vamos ter um ajustamento muito longo e desemprego durante muito tempo”, disse o economista à Lusa, em Lisboa.
João Salgueiro falava à margem do seminário 'IDE em Portugal', que hoje decorre no Centro de Congressos de Lisboa e que foi organizado pelo Fórum para a Competitividade.
O economista apontou como entraves ao investimento produtivo, nomeadamente o quadro fiscal, que “deve ser simplificado”, a burocracia do Estado e o sistema de justiça que “leva anos a resolver os problemas simples”.
Além destes fatores, o João Salgueiro referiu também a necessidade de haver "algum ajustamento" na reforma do ensino que “não está concluída ainda”, uma vez que o ensino 'dual' “ainda não entrou no hábito das pessoas”.
“Estamos a concorrer com outros países que já fizeram essas reformas eficazmente”, salientou.
O economista considerou “lamentável” que desde 1978 se fale em reformas, as quais não se fizeram.
"Outros países começaram muito mais tarde. Os países que estavam para lá da Cortina de Ferro fizeram-no e progrediram muito mais do que nós nessas reformas”, adiantou.
“Se não conseguirmos fazer as reformas, as quais são necessárias, pelo menos que tenhamos contratos realistas como foi o caso da Autoeuropa e da Embraer, os quais permitiram que essas empresas viessem para cá”, salientou.
Para João Salgueiro, “os portugueses ainda não perceberam que o seu futuro depende disso [do investimento produtivo]. Só assim terão novos empregos, impostos mais repartidos e uma Segurança Social sustentada”.
Sobre o corte nas pensões, João Salgueiro lembrou que se está a criar “muita desconfiança” entre as pessoas. “Parece que se quer criar um conflito entre os reformados de hoje e os reformados de amanhã, o que é uma estupidez”, afirmou.
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