Postos de gasolina retiram multibancos
A Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis revelou hoje que alguns associados estão a retirar os Multibancos das lojas de conveniência dos postos de combustíveis devido aos prejuízos causados pelos assaltos, que rondam os milhares de euros.
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Economia ANAREC
Em entrevista à agência Lusa, o presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC), Virgílio Constantino, disse que, apesar de não ter dados concretos sobre o número de máquinas retiradas, muitos dos seus associados decidiram abdicar das máquinas para evitar os prejuízos avultados resultantes dos assaltos.
O líder da ANAREC defendeu que deve haver uma avaliação prévia dos espaços antes da instalação das máquinas de multibanco, manifestando-se preocupado com a questão dos assaltos.
Virgílio Constantino disse que a ANAREC tem vindo a chamar a atenção para “o problema da proliferação de multibancos” em postos de combustíveis de todo o país.
“Já há alguns anos que a ANAREC se mostra apreensiva com esta situação. Durante o anterior Governo, a associação teve a oportunidade de mostrar a sua preocupação junto do MAI [Ministério da Administração Interna], alertando para a debilidade da situação”, salientou.
Virgílio Constantino adiantou que os seus associados têm justificado a retirada das máquinas com o “medo dos assaltos, com os riscos para os funcionários e para os clientes e com os danos avultados”.
Contudo, o mesmo responsável relatou que, na maioria das vezes, os roubos às caixas de multibanco não têm sucesso, mas os assaltantes acabam por destruir as lojas, sobretudo quando usam o método de explusão através de gás.
“O objetivo é que estes espaços (postos de abastecimento) funcionem sem perturbações, salvaguardando o bem-estar de clientes e funcionários”, disse.
No entender do presidente da ANAREC, existem muitos locais em que não se justifica a existência de ATM, apenas por motivos relacionados com a falta de segurança do espaço onde se localiza o posto de abastecimento (dificuldades das forças de segurança atuarem com a rapidez necessária em locais mais ermos).
“Contudo, existem outros espaços que apresentam todas as condições para receber os ATM. São locais com boa iluminação, com tráfego regular e com sistemas de vigilância”, realçou.
Para Virgílio Constantino, esta situação não seria tão vulnerável se antes de se instalar as máquinas de multibanco se procedesse à avaliação do local.
O presidente da ANAREC considerou ainda que se os assaltos aos postos de abastecimento continuarem a aumentar, “muitos mais associados vão desistir de ter máquinas nos seus espaços”.
“Acreditamos que possam mesmo ser os bancos a retirar as máquinas dos postos de abastecimento”, concluiu.
De acordo com a SIBS, entidade que gere a rede de multibancos em Portugal, em 2011 e 2012 existiam em Portugal cerca de 14.000 ATM’s e no primeiro trimestre deste ano 13.500.
A SIBS informou também que o número de assaltos a caixas de multibanco aumentou entre 01 de janeiro e 31 de dezembro de 2012 face a igual período de 2011, mas a maioria dos ataques ocorreu sem sucesso.
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