Caixa: "Os preços destas auditorias, quantos balcões são?"
Manuela Ferreira Leite entende que é "excessivo" começar a fechar balcões da Caixa quando os problemas do banco público são muito mais do que isso. Além do enorme prejuízo que o encerramento de balcões tem na vida das pessoas que ficam sem alternativa.
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Economia Comentário
Manuela Ferreira Leite comentou na noite desta quinta-feira, no seu habitual espaço de comentário na TVI 24, a polémica em torno do encerramento de balcões da Caixa Geral de Depósitos (CGD) no interior do país.
A social-democrata começou por dizer que o fecho de balcões pode até fazer sentido do ponto de vista meramente económico, mas "tratando-se de uma instituição de natureza pública, talvez houvesse que ponderar alguns aspetos que não sejam meramente económicos".
"Estamos a falar quase sempre de zonas muito diversificadas, com população idosa, em que o acesso à Caixa é essencial", fundamentou Ferreira Leite, lembrando, de resto, que as zonas afetadas têm sido martirizadas com encerramento de outros serviços (tribunais, escolas, centros de saúde, etc) e que, nesses casos, o objetivo era "melhorar a vida das pessoas", em que há sempre algo que se ganha, em benefício desses encerramentos.
No caso dos balcões da CGD, "está a ser feito tudo ao contrário", critica. "As pessoas só perdem, não ganham nada", continuou, explicando de seguida: "Retirando-lhes o acesso direto à única coisa que sabem fazer, ir ao banco, levantar a sua pensão, em troca não se lhes pode dar o acesso à informática". E tratando-se de pessoas idosas, estas ficam mais dependentes, vão precisar de alguém que os leve lá para levantar o seu dinheiro.
Ferreira Leite antevê ainda outros problemas. Estas pessoas ficam "mais sujeitas a um problema de segurança", isto porque, como a viagem até ao banco será mais longa, aproveitarão para levantar o dinheiro todo necessário para o mês, criando condições para serem assaltadas.
"Admito que haja necessidade de reduzir os balcões, mas começar logo por aí parece-me excessivo. Se o grande problema da Caixa são só uns balcões, num espaço de um mês estava resolvido o problema. Não é esse o grande problema da Caixa com certeza", realçou a social-democrata que deixou ainda uma questão no ar demonstrando como se está a a querer encontrar uma agulha num palheiro, ao fechar balcões. "Estes preços das auditorias à Caixa, quantos balcões são?", atirou, com ironia.
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