"Podemos vir a tirar poupanças dos bancos" para influenciar política
O dirigente da Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados (APRe), Carlos Frade, afirma que “se os jovens admitirem cortes retroactivos nas pensões o problema passará a ser deles”. Em entrevista ao Jornal de Negócios, Carlos Frade, adianta ainda que a APRe não é um movimento de reformados para organizar excursões. O objectivo é influenciar os partidos políticos, e para tal “podemos até tirar as nossas poupanças dos bancos”.
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Economia Reformados
Nascida há um ano, a Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados (APRe) representa um terço da população e quer influenciar os partidos. Em entrevista ao Jornal de Negócios, o dirigente Carlos Frade, explica que a APRe não é um movimento para organizar excursões, sublinhando que “isto não é uma crítica, mas os outros movimentos eram mais virados para o lazer”.
O dirigente da associação detalha ainda que “somos praticamente um terço da população e podemos influenciar as eleições. Podemos até, eventualmente, numa situação radical, organizar as nossas poupanças. Podemos tirar as nossas poupanças dos bancos comerciais” e “organizar instituições de mutualidade”, acrescenta.
Outra das soluções apontadas por Carlos Frade para expandir o movimento é “nas autarquias formar órgãos que em cada um dos distritos equacione como dar respostas às situações dos desempregados e idosos”.
Questionado sobre as críticas dos mais jovens de estarem a pagar as pensões para os actuais reformados, pedindo para não lhes cortarem mais nos ordenados e subsídios, o dirigente da APRe responde: “Eles estão agora a pagar as nossas pensões mas esquecem-se de que quem pagou a pensão dos avós foram os pais. Além disso, uma pessoa no activo pode planificar a sua reforma”.
Face às várias medidas que o Governo está a estudar para os reformados, como a TSU, corte na CGA ou agravamento do factor de sustentabilidade, Carlos Frade refere que “o Executivo não as apresenta em alternativa, mas em acumulação”. O dirigente considera ainda que o aumento da reforma para os 66 anos lhe parece "justo. O problema é que, se for assim, estamos a retardar a entrada de jovens no mercado de trabalho”.
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