Pedrógão Grande: Bruxelas disponível para apoiar empresas afetadas
A Comissão Europeia mostrou disponibilidade para criar um regime de exceção para repor a atividade das empresas afetadas pelo incêndio que começou em Pedrógão Grande, no dia 17, disse hoje a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.
© Reuters
Economia CCDRC
Um incêndio que começou em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, no dia 17, e que atingiu ainda os concelhos de Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera, Sertã e Pampilhosa da Serra, provocou 64 mortos e mais de 200 feridos.
A presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Ana Abrunhosa, disse hoje em Pedrógão Grande, à agência Lusa, que a comissária Corina Cretu já mostrou "disponibilidade para se fazer um regime de exceção para repor a atividade produtiva das indústrias que foram destruídas pelos fogos" naqueles concelhos.
Segundo a responsável da CCDRC, as regras do Portugal 2020 só permitem o apoio de fundos comunitários a "projetos inovadores para empresas", sendo necessário criar-se um regime de exceção para permitir apoiar, a fundo perdido, as empresas afetadas pelo incêndio que afetou o interior norte do distrito de Leiria.
Ana Abrunhosa acrescentou que a medida será também "extensível a outros concelhos, como Góis e Pampilhosa da Serra", desde que se confirme "destruição da atividade" das empresas.
De acordo com a responsável, deverá ser feita uma "reprogramação" dentro do programa operacional do Centro para garantir a reposição da atividade produtiva das empresas.
A presidente da CCDRC disse ainda que esta medida deverá ser proposta no início da próxima semana pelo Governo, no Fórum da Coesão, que se realiza em Bruxelas, na segunda-feira e na terça-feira, sublinhando que a Comissão Europeia mostrou "total abertura".
Em declarações à agência Lusa, Ana Abrunhosa explicou que no caso da agricultura e da floresta os quadros existentes já apresentam cobertura para este tipo de apoio.
A responsável recordou também que pode ainda ser acionado o fundo de solidariedade da Comissão Europeia (CE), mas que, para tal, os prejuízos têm de ser de 500 milhões de euros e a CE apenas "apoia 2,5%".
Dois grandes incêndios, que provocaram a morte a 64 pessoas e ferimentos a mais de 200, deflagraram no dia 17 na região Centro e mobilizaram mais de dois milhares de operacionais.
Estes incêndios, que deflagraram nos concelhos de Pedrógão Grande e Góis, consumiram cerca de 53 mil hectares de floresta [o equivalente a 53 mil campos de futebol] e obrigaram à evacuação de dezenas de aldeias.
O fogo que deflagrou em Escalos Fundeiros, em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, alastrou a Figueiró dos Vinhos e a Castanheira de Pera, fazendo 64 mortos e mais de 200 feridos.
As chamas chegaram ainda aos distritos de Castelo Branco, através do concelho da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra, mas o fogo foi dado como dominado na quarta-feira à tarde.
O incêndio que teve início no concelho de Góis, no distrito de Coimbra, atingiu também Arganil e Pampilhosa da Serra, sem fazer vítimas mortais. Foi extinto hoje, às 13:00.
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