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Sair do 'lixo' "não chega", é preciso acompanhar rating de Espanha

O presidente do Fórum para a Competitividade, Pedro Ferraz da Costa, considera que sair de uma notação de 'lixo' "não chega" para Portugal, que deve ambicionar colocar-se "pelo menos ao lado de Espanha", cujo 'rating' está três níveis acima.

Sair do 'lixo' "não chega", é preciso acompanhar rating de Espanha
Notícias ao Minuto

07:10 - 10/07/17 por Lusa

Economia Ferraz da Costa

Em entrevista à Lusa a propósito do debate sobre o estado da Nação, que acontece esta quarta-feira na Assembleia da República, Ferraz da Costa refere que "Espanha tem um 'rating' três níveis superiores" ao de Portugal, lamentando que a classe política portuguesa apenas exija uma subida para o nível mais baixo de investimento.

"Aqui ouvimos dizer que temos de sair do 'lixo'. Sair do 'lixo' não chega, não temos que subir um nível, temos que nos pôr pelo menos ao lado da Espanha para podermos competir com eles na atração e na localização da atividade económica em Portugal. Tem de haver muito mais ambição", defendeu o empresário.

O antigo presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal explica que "é muito mais fácil arranjar financiamento internacional num país que não está ao nível de 'lixo' do que num país que está ao nível de 'lixo'", porque "grande parte dos investidores internacionais que podiam apoiar empresas portuguesas (...) só pode entrar em países que tenham uma notação de risco superior".

Atualmente, as principais agências de notação financeira qualificam Portugal com 'rating' de não investimento e só a canadiana DBRS coloca o país fora do 'lixo', estando no nível mais baixo de investimento.

O 'rating' atribuído pela Moody's a Portugal é de Ba1 (dois níveis abaixo do dado a Espanha, de Baa2), ao passo que tanto a Standard and Poor's como a Fitch atribuem uma nota de BB+ a Portugal e de BBB+ a Espanha, ou seja, três níveis acima.

Questionado sobre se o país está melhor hoje do que estava há dois anos, Pedro Ferraz da Costa disse que sim "porque todas as empresas que foram obrigadas a experimentar o mercado externo viram as oportunidades que tinham" e "isso não vai andar para trás".

Mas alertou para que existem problemas que continuam por resolver: "O problema do défice continua cá por resolver", disse o presidente do Fórum para a Competitividade, referindo-se às conclusões da sexta missão de acompanhamento pós-programa dos credores europeus a Portugal, concluída na semana passada.

"Dizem que não estamos a fazer nenhum ajustamento estrutural da despesa pública, o que todos nós sabemos que é verdade. Não estamos", apontou, considerando que "não é por cativações que se faz um ajustamento estrutural" e que "isso é uma maneira de remendar e de empurrar o problema com a barriga".

Um dos avisos deixado prende-se com o ajustamento estrutural, considerando os técnicos da missão europeia que "o ajustamento do défice estrutural subjacente está em risco de desvio significativo em relação aos requisitos do Pacto de Estabilidade e Crescimento, refletindo um esforço de consolidação estrutural insuficiente".

A recomendação foi a concretização das "medidas necessárias para garantir o ajustamento orçamental exigido em 2017, através da contenção no crescimento da despesa, e, ao mesmo tempo, garantindo que os ganhos provenientes da melhoria da conjuntura económica são utilizados para acelerar a redução do défice e da dívida".

A questão das cativações de despesa feitas em 2016 tem sido também levantada no parlamento: é que no ano passado o Governo não desbloqueou aos serviços quase 943 milhões de euros em despesa que estava prevista no orçamento, uma prática que é comum nas execuções orçamentais anuais, mas que os deputados da oposição, incluindo BE e PCP (que dão suporte parlamentar ao executivo), consideram que compromete a qualidade dos serviços.

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