FMI termina hoje missão a Moçambique sobre relatório das dívidas ocultas
O Fundo Monetário Internacional (FMI) termina hoje uma missão a Moçambique, nove dias após ter chegado ao país para discutir com as autoridades a auditoria às dívidas ocultas do país, que há um ano fizeram congelar os apoios externos.
© EPA
Economia Auditoria
Fonte do escritório do FMI em Maputo disse hoje à agência Lusa que a equipa vai concluir hoje os contactos com responsáveis moçambicanos.
Seguidamente, adiantou a fonte, a organização vai emitir, entre hoje e quinta-feira, um comunicado de imprensa sobre os resultados do seu trabalho.
No anúncio no dia 10 da deslocação da equipa, o FMI indicou que a mesma visa "discutir os resultados da auditoria com as autoridades e possíveis medidas de seguimento".
Entre essas medidas está a possibilidade de "trabalhar com as autoridades para abordar preocupações relacionadas com a gestão de recursos públicos".
A missão deverá também "reavaliar a situação macroeconómica e discutir as prioridades das autoridades relativas ao orçamento de 2018", anunciou.
A agenda de encontros entre os elementos do FMI e as autoridades moçambicanas não foi divulgada e as reuniões decorrerão à porta fechada.
No seguimento da divulgação no dia 24 de junho do sumário executivo do relatório da firma internacional Kroll às dívidas ocultas de Moçambique, o FMI considerou que "persistem lacunas de informação, em particular no que respeita ao uso dos empréstimos", no valor de dois mil milhões de dólares, contraídos por empresas públicas detidas pelos Serviços de Informações e Segurança do Estado (SISE) à revelia do parlamento e parceiros internacionais em 2013 e 2014.
O FMI e doadores fizeram depender a retoma dos apoios diretos ao Orçamento do Estado dos resultados das averiguações e ainda não se sabe o que irá acontecer.
A consultora Kroll queixou-se de falta de colaboração dos responsáveis pelas empresas para disponibilizar informação sobre o destino dos fundos, ao mesmo tempo que indiciou diversas pessoas, sem referir nomes, por má gestão e violação da lei e classificou os planos das empresas como irrealistas.
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