Passos diz que meta do défice é "perfeitamente alcançável"
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, considerou hoje, em Bruxelas, que o limite para o défice este ano, de 5,5%, é “perfeitamente alcançável”, atribuindo a subida no primeiro trimestre ao aumento da despesa pública resultante da decisão do Tribunal Constitucional.
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Economia Bruxelas
Passos Coelho, que falava à saída de uma cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, ao comentar os dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), sublinhou que o défice de 10,6 por cento do PIB nos primeiros três meses do ano seria de 8,8% excluindo a operação de capitalização do Banif, e disse não ser surpresa o aumento registado este ano, em virtude da reposição dos subsídios a funcionários públicos e pensionistas, admitindo mesmo que o aumento até será superior.
“Nós sabíamos que este ano haveria um aumento da despesa pública resultante do facto de estarmos a fazer a reposição de um dos subsídios aos trabalhadores da administração pública e aos pensionistas. De facto, ele ainda vai ser um pouco maior, na medida em que, depois decisão do Tribunal Constitucional, nós não estaremos a repor apenas um dos subsídios, vamos repor os dois subsídios, e isso corresponde a um aumento da despesa pública e, portanto, a um agravamento do défice quando comparado com o do ano passado em termos de despesa pública”, sustentou.
Todavia, o primeiro-ministro considera que os números agora divulgados, e que já haviam sido “de alguma forma” antecipados pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar, esta semana, na Assembleia da República, “mostram, no entanto, que o limite para o défice este ano é perfeitamente alcançável”.
“Os dados de que dispomos do segundo trimestre em contabilidade pública mostram que nós temos todas as possibilidade de atingir o nível do défice de 5,5% até ao final deste ano, e isso deve ser evidentemente uma boa razão para estarmos mais otimistas quanto ao desempenho macroeconómico até ao final do ano”, concluiu.
Segundo os dados de hoje do INE, o défice orçamental das Administrações Públicas atingiu os 10,6% no primeiro trimestre do ano, o que compara com um valor nominal do défice de 7,9% registado no período homólogo de 2012, mas teria ficado nos 8,8% sem a reclassificação dos 700 milhões de euros gastos pelo Estado com a recapitalização do Banif, acima do limite máximo estimado pela UTAO.
Ainda do lado da despesa, o INE referiu que, além da operação de aumento de capital do Banif, também as prestações sociais pagas aumentaram, sendo estas as duas componentes "com os contributos mais significativos para o aumento da despesa".
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