Trabalhadores de mina iniciam greve contra laboração contínua
Trabalhadores da concessionária da mina de Neves-Corvo, no concelho de Castro Verde, distrito de Beja, iniciam hoje uma greve de cinco dias pelo fim do regime de laboração contínua no fundo do complexo mineiro.
© Reuters
Economia Neves-Corvo
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM), a greve serve também para os trabalhadores da empresa Somincor reivindicarem a "humanização" dos horários de trabalho, a antecipação da idade da reforma dos funcionários adstritos às lavarias, a progressão nas carreiras e a revogação das alterações unilaterais na política de prémios e o "fim da pressão e da repressão sobre os trabalhadores".
A realização da greve desde hoje e até sábado foi decidida num plenário geral de trabalhadores da Somincor, que decorreu no passado dia 17 de setembro na sede do STIM, na vila de Aljustrel, também no distrito de Beja.
No plenário, os trabalhadores decidiram também fazer mais cinco dias de greve em novembro e outros cinco em dezembro, em datas a definir, caso as repostas da administração da Somincor às suas reivindicações "continuem a não ser favoráveis", refere o STIM.
De acordo com o STIM, no plenário, os trabalhadores analisaram as respostas que a administração da Somincor, empresa da companhia mineira sueca-canadiana Lundin Mining, tinha apresentado ao sindicato, numa reunião, no dia 13 de setembro, sobre os horários de trabalho dos trabalhadores adstritos à mina, a antecipação da idade da reforma para os trabalhadores adstritos às lavarias, a progressão nas carreiras e política de prémios e a "pressão e a repressão sobre os trabalhadores".
No plenário, segundo o STIM, os trabalhadores concluíram que os horários de laboração continua atualmente praticados na Somincor representam "uma total desumanidade na organização do tempo de trabalho" e dificultam "a conciliação da atividade profissional com a vida pessoal dos trabalhadores", já que "compreendem cinco dias de trabalho e apenas um de descanso" e "a cada 17 dias de trabalho seguem-se apenas três dias de descanso".
"A proposta da administração contempla um horário diário de 10 horas e 42 minutos no fundo da mina, onde os trabalhadores estão sujeitos a uma atividade extremamente penosa, sendo que, alguns trabalham a mais de mil metros de profundidade e em condições de ainda maior penosidade", refere o STIM.
Já os trabalhadores das lavarias, refere o sindicato, "trabalham em regime de laboração continua (a maioria há décadas) e estão sujeitos também a uma atividade de elevada penosidade, mas têm direitos inferiores aos trabalhadores do fundo da mina".
Segundo o sindicato, os trabalhadores da Somincor "recebem hoje menos do que recebiam há 10 anos, se tivermos em conta o congelamento das progressões na carreira e a redução drástica dos montantes dos prémios".
Já "a pressão e a repressão exercidas sobre os trabalhadores são factos graves e têm vindo a intensificar-se", lamenta o STIM.
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