Banco de Portugal deixa inalterada previsão de crescimento nos 2,5%
O Banco de Portugal (BdP) continua a esperar que a economia portuguesa cresça 2,5% este ano, mantendo as projeções avançadas há três meses, uma evolução que deverá ser suportada pelas exportações e pelo investimento.
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No Boletim Económico de outubro publicado hoje, o BdP manteve a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, nos 2,5%, o que colocará a economia portuguesa a crescer 0,3 pontos percentuais acima do esperado na zona euro, "interrompendo a tendência de divergência real registada desde 2000".
No entanto, o Banco de Portugal sublinha que "o nível do PIB em 2017 é 1,5% inferior ao de 2008", anterior à recessão provocada pela última crise financeira internacional.
O banco central aponta o "perfil de desaceleração intra-anual" do comportamento da economia portuguesa, que se deve ao facto de esperar que o PIB cresça menos na segunda metade do ano (2%) do que o verificado no primeiro semestre (2,9%).
Também o menor contributo líquido do crescimento das exportações na segunda parte do ano, refletindo a normalização de alguns efeitos excecionais tanto no último semestre de 2016 como no primeiro de 2017, é apresentado com um fator para este abrandamento do crescimento na segunda parte do ano.
Ainda assim, a atual recuperação económica "assenta num maior dinamismo da formação bruta de capital fixo (FBCF)", que deverá crescer 8% este ano, e na "reorientação de recursos produtivos para sectores mais expostos à concorrência internacional", já que as exportações de bens e serviços deverão crescer aproximadamente 7% em 2017, "situando-se cerca de 44% acima do valor observado em 2008".
A instituição liderada por Carlos Costa refere que a crescente internacionalização da economia portuguesa está a ser acompanhada pela manutenção de um excedente da balança corrente e de capital, que se deverá situar em 1,8% do PIB em 2017.
Desta forma, o BdP conclui que a informação disponível para este ano "confirma globalmente o cenário traçado no Boletim Económico de junho", mas faz uma "revisão em alta do contributo da procura interna" que vai "compensar a revisão em baixa do contributo das exportações", justificando a instituição estas revisões com a incorporação das Contas Nacionais Trimestrais para o segundo trimestre do ano.
O BdP verifica também uma "recomposição da procura interna, com maior dinamismo do investimento", já que o contributo da procura interna para o crescimento económico este ano (líquido de conteúdos exportados) "é aproximadamente o dobro do registado em 2016, mantendo-se, contudo, inferior ao das exportações".
No mercado de trabalho, espera-se que haja um "aumento do emprego de 3,1%" em 2015, o que ficará 1,5 pontos percentuais acima do observado em 2016 e 0,7 pontos acima do estimado há três meses, e também uma "diminuição da taxa de desemprego para 9%".
O nível de emprego esperado para este ano é "cerca de 6% inferior ao observado em 2008, estando a taxa de desemprego 0,7 pontos percentuais acima da observada nesse ano".
Além disso, como o emprego cresce mais do que o PIB, projeta-se uma "redução da produtividade aparente do trabalho", justificada pelo "baixo nível do capital por trabalhador, que é muito inferior à média na área do euro, e a ineficiente afetação dos recursos nas empresas portuguesas".
Na verdade, este é o "desafio crucial" apontado pelo BdP: a necessária "promoção de condições para um maior crescimento da produtividade", por ser "condição essencial para o aumento do seu potencial de crescimento e para um processo estrutural de convergência face aos níveis médios de bem-estar da União Europeia".
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