Lucro do Santander Totta aumenta 13% para 331,9 milhões até setembro
O Santander Totta teve lucros de 331,9 milhões de euros entre janeiro e setembro, mais 13% do que face ao mesmo período do ano passado, divulgou hoje o banco.
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Economia Instituição
"A evolução positiva do resultado líquido reflete a descida dos custos operacionais e das dotações de provisões para crédito, que compensam a diminuição de 4,6% no produto bancário", lê-se na informação divulgada aos jornalistas.
Nos primeiros nove meses do ano, o produto bancário do Santander Totta caiu 4,6% face ao período homólogo para 858 milhões de euros, com a queda de 5,7% da margem financeira para 518,7 milhões de euros e dos resultados das operações financeira em 8,3% para 97,8 milhões de euros.
O presidente do banco, Vieira Monteiro, justificou parte da queda com as vendas que o banco fez de dívida pública este ano, que gerou uma mais-valia de 20 milhões de euros mas que implica que a margem financeira já não seja beneficiada com os juros conseguidos com essa dívida. O Santander Totta detém, mesmo após vendas, 1.000 milhões de euros de obrigações do tesouro de Portugal, afirmou.
Já as comissões bancárias cresceram 4,7% para 248,9 milhões até setembro.
Quanto aos custos operacionais, até setembro, caíram 7,3% para 391,8 milhões de euros em relação ao período homólogo de 2016, com os custos com pessoal a caírem 3,6% para 235,2 milhões de euros.
Contudo, estes custos são recorrentes, ou seja, sem efeitos extraordinários, pelo que não incluem os valores gastos em compensações para as saídas de trabalhadores. Vieira Monteiro recusou hoje divulgar esse número, dizendo que são "dados internos" do banco.
Já as imparidades e provisões líquidas desceram para metade, ao passarem de 67,7 milhões de euros até setembro de 2016 para 32 milhões este ano, uma evolução positiva que o banco relaciona com a "melhoria da situação económica e a estabilização, a níveis baixos, das entradas em incumprimento" de crédito.
Analisando o balanço, o crédito (bruto) subiu 4,6% para 35.312 milhões de euros. O crédito à habitação ficou praticamente estável, sendo se 17.161 milhões de euros no final de setembro. Já o crédito a empresas subiu 12,8% para 15.346 milhões.
O Santander Totta tinha, em setembro, o rácio de crédito em risco de 4% (-2,4 pontos percentuais do que em setembro de 2016) e um rácio de 'non performing loans' (crédito malparado) de 6,5% (2,5 pontos abaixo de período homólogo).
Vieira Monteiro disse hoje, na conferência de imprensa, que o banco vendeu e adjudicou créditos este ano no valor de 600 milhões de euros e que o conseguiu fazer "sempre com mais-valias", uma vez que "está suficientemente provisionado".
"É isso que falta aos concorrentes", afirmou.
Informou ainda o banqueiro que este ano foram vendidos 51 milhões de euros em imóveis.
Vieira Monteiro foi questionado sobre a plataforma para o crédito malparado (constituída entre BCP, Novo Banco e Caixa Geral de Depósitos), dizendo que o banco não tem intenção de aderir à plataforma.
Em termos de recursos, o Santander Totta tinha em setembro 27.550 milhões de euros em depósitos, neste caso -1,3% do que em setembro de 2016.
Há um aumento, contudo, do dinheiro colocado em fundos de investimento comercializados pelo banco (+32,4% para 1.795 milhões) e em seguros e outros recursos (+9% para 3.057 milhões).
Por fim, em termos de solvabilidade, o Santander Totta tinha um rácio de capital CET1 de 16,5% (com as regras exigidas pelos reguladores totalmente executadas), no final de setembro, acima dos 15,8% de setembro de 2016.
Na conferência de imprensa, Vieira Monteiro foi ainda questionado sobre se o banco que lidera terá interesse em comprar ativos do Novo Banco que venham a ser vendidos.
"Não tinha pensado nisso", afirmou, admitindo em seguida que poderá vir a avaliar essas aquisições.
O Santander Totta tinha, no final de setembro, 5.841 trabalhadores em Portugal, menos 269 do que no final de 2016.
Os resultados hoje divulgados pelo Santander Totta não incluem o Banco Popular Portugal, que para já ainda pertence ao espanhol Santander, depois de o grupo espanhol Banco Popular ter sido alvo de uma medida de resolução em junho.
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