Setor financeiro do Brasil não está preparado para economia verde
O setor financeiro brasileiro ainda não está preparado para detectar novas possibilidades criadas pela economia verde, considerou João Cravinho, embaixador da União Europeia (UE) no Brasil.
© Reuters
Economia João Cravinho
"No caso do Brasil identificamos esta problemática do envolvimento do sector privado e verificamos que ainda não há envolvimento suficiente sobre o tema [economia verde] e, portanto, decidimos contribuir realizando este fórum onde houve grande disseminação de informações sobre estas oportunidades", disse o embaixador ao final do Fórum de Negócios Verdes, realizado por iniciativa da UE em São Paulo, no Brasil.
"Estamos a falar de algo profundo como a transição para uma economia de baixo carbono. Necessitamos criar muitos mecanismos novos de produção e de ter uma atenção maior sobre a questão da emissão de gases de efeito de estufa. Haverá uma alteração do modelo [económico] que vai trazer consigo muitas oportunidades", acrescentou.
No primeiro dia de discussão, Yvon Slingenberg, membro da direção-geral para a Ação Climática da UE, já tinha frisado que a redução da emissão dos gases com efeito de estufa dependerá do desenvolvimento de tecnologias inovadoras, plataformas de cooperação, novos regulamentos e padrões voltados para os negócios verdes.
O especialista também lembrou que apenas vinte países são responsáveis por 80% das emissões, incluindo o Brasil.
Já André Nahur, coordenador de Alterações Climáticas e Energia da organização não governamental World Wild Fund (WWF) no Brasil, disse que as empresas e o Governo do Brasil precisam mudar a percepção de que a economia verde é um custo para a sociedade e entender que ela traz novas oportunidades de dinamizar o mercado de trabalho.
"O Brasil é o sétimo maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, mas, por outro lado, tem um enorme potencial para explorar tecnologias com baixa emissão de carbono e gerar novos empregos que promovam uma economia verde", disse o representante da WWF.
Realizado nos dias 27 e 28 de novembro, o Fórum de Negócios Verdes idealizado pela UE reuniu 75 empresas, 22 instituições financeiras e teve o apoio do Governo brasileiro, da WWF e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
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