Calçado alia-se ao vestuário, ourivesaria e turismo rumo aos EUA
A campanha promocional externa do calçado português para 2018, que hoje arranca oficialmente, aposta numa "linguagem mais jovem" e orientada para novos mercados, como os EUA, reforçando a ligação aos setores do vestuário, ourivesaria e turismo.
© Global Imagens
Economia Internacionalização
Segundo a Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS) - que hoje assinala em Lisboa os dez anos da campanha "The Sexiest Industry in Europe" ("A indústria mais 'sexy' na Europa") com a apresentação da nova estratégia promocional para 2018 - esta campanha "visa transmitir um retrato global de Portugal", "cruzando referências e reforçando a ligação a várias outros setores da economia portuguesa, como o vestuário, a ourivesaria e o turismo".
"Em 2018 a campanha de promoção do calçado português terá sete protagonistas da nova geração da moda nacional - Alécia Morais, Francisco Henriques, Isilda Moreira, João Lima, Maria Clara, Maria Rosa e Ricardo Gomes - e assumirá uma linguagem mais jovem, orientada para uma nova vaga de consumidores e para novos mercados", adiantou à agência Lusa fonte oficial da APICCAPS.
Fotografada na Madeira, a nova campanha pretende ser "um testemunho de um país repleto de novos talentos" e quer "reforçar a componente da portugalidade" que o setor sempre assumiu nas suas ações promocionais externas.
O objetivo, sustenta a APICCAPS, é que para além de ser "a mais sexy da Europa", a indústria portuguesa de calçado se assuma também como "infinitamente 'cool'", aproveitando esta renovada imagem para apostar em novos mercados de exportação, como os EUA.
Empenhado em fazer um trabalho promocional "bem feito" naquele que é "o maior" e "mais exigente" importador de sapatos do mundo, o setor quer reforçar o atual sexto lugar dos EUA no 'ranking' dos principais compradores de calçado português (depois de França, Alemanha, Holanda, Espanha e Reino Unido) e aumentar o atual peso das exportações nacionais de calçado para aquele país: cerca de 4%, no valor de 80 milhões de euros.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da APICCAPS, Luís Onofre, fez um balanço "muito positivo" dos dez anos da campanha "The Sexiest Industry in Europe", salientando que durante esse período as exportações do setor "aumentaram mais de 60%", de 1.200 milhões de euros por ano para o novo máximo histórico de praticamente 2.000 milhões de euros.
Paralelamente, disse, o preço médio do calçado português "aumentou de forma muito significativa", na ordem dos 30%, apresentando hoje Portugal "o segundo maior preço médio de exportação entre os principais produtores mundiais de calçado", a seguir à Itália.
Ao mesmo tempo, foram criados 350 novas marcas e 9.000 postos de trabalho na fileira.
"O prestígio do calçado português aumentou consideravelmente e é hoje uma referência pela sofisticação, criatividade e bom gosto", sustentou Luís Onofre, salientando que o setor exporta atualmente mais de 95% da sua produção, para 152 países dos cinco continentes, num total de 81 milhões de pares de calçado, assumindo o comércio externo como a sua "principal prioridade".
Ao longo de 2018, a estratégia de promoção do calçado português irá focar-se na participação em mais de 60 certames profissionais no exterior, envolvendo a participação de mais de 200 empresas e um investimento na área comercial na ordem dos 15 milhões de euros.
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