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Moçambique aceita exigências dos sindicatos à custa dos fornecedores

A Economist Intelligence Unit (EIU) considera que o Governo de Moçambique vai acomodar as exigências dos sindicatos da função pública sobre aumentos salariais, mas alerta que o aumento de despesa pode levar a atrasos nos pagamentos aos fornecedores.

Moçambique aceita exigências dos sindicatos à custa dos fornecedores
Notícias ao Minuto

09:22 - 18/12/17 por Lusa

Economia Economist

"Em vésperas de eleições municipais e nacionais em 2018 e 2019, respetivamente, pensamos que o Governo vai ser bastante acomodatício das exigências dos sindicatos do comércio, já que está ansioso por evitar instabilidade e garantir apoios", escrevem os peritos da unidade de análise económica da revista britânica The Economist.

No entanto, alertam, "mesmo que o Governo se comprometa com aumentos no setor público, as dificuldades de financiamento sugerem que os atrasos vão provavelmente continuar a acumular-se em 2018 e 2019", lê-se na nota enviada aos investidores, e a que a Lusa teve acesso.

O comentário da unidade de análise da Economist surge na sequência das declarações do presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA).

"Na perspetiva da austeridade da despesa pública, precisamos de ir a fundo nas reformas, para enfrentar os desequilíbrios, introduzindo medidas como o congelamento dos aumentos salariais em 2018 e suspendendo o 13.º mês", declarou o presidente da CTA, Agostinho Vuma, em meados de novembro.

Vuma defendeu que o Governo deve ainda congelar as promoções automáticas nas carreiras dos funcionários e agentes do Estado e a aquisição de bens materiais de alto valor; ao nível das despesas de investimento, prosseguiu, é imperioso apostar na eficiência do investimento público, combinando a relação entre custo e benefício nas infraestruturas.

"A combinação deste grupo de medidas poderia aumentar a eficiência da nossa economia e melhorar a produtividade do setor privado", concluiu Agostinho Vuma.

Para a EIU, a sugestão "reflete a severidade da posição financeira do Governo", arredado, na prática, de financiamento internacional e sem conseguir um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) até divulgar a totalidade do relatório de auditoria da Kroll aos empréstimos contraídos de forma secreta por empresas públicas, com o aval do Estado.

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