Economias de África crescem 4,1% este ano
O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) prevê um crescimento de 4,1% para o continente africano, nota que a recuperação tem sido mais rápida nos países não dependentes dos recursos e defende o financiamento do desenvolvimento pela dívida.
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Economia Desenvolvimento
"A recuperação do crescimento tem sido mais rápida do que o previsto, particularmente nas economias não dependentes de recursos, sublinhando a resistência de África", lê-se no relatório Perspetivas Económicas em África, hoje divulgado em Abidjan, a capital económica da Costa do Marfim.
"Estima-se que o crescimento real da produção aumentou 3,6%, em 2017, em relação a um aumento de 2,2%, em 2016, e que registará uma aceleração de 4,1%, em 2018 e 2019", acrescenta o documento, que considera que "a recuperação no crescimento pode assinalar um ponto de viragem nos países exportadores líquidos de produtos de base, nos quais a diminuição continuada dos preços das exportações fez diminuir as receitas das mesmas e agravou os desequilíbrios macroeconómicos".
A preocupação com o financiamento do crescimento e do desenvolvimento económico é uma constante ao longo das mais de 200 páginas do relatório, que inclui ainda uma análise dos principais aspetos económicos de cada país africano e uma versão em português.
"Com a redução significativa da ajuda pública externa ao desenvolvimento e um maior apetite pela dívida para o financiamento de infraestruturas e setores sociais, muitos governos africanos recorreram aos mercados de capitais internacionais para satisfazer as necessidades de financiamento", nota o documento.
O resultado, aponta, é uma "uma acumulação de dívida, grande parte em termos comerciais", mas nem todos os países sofreram um aumento da dívida em função da criação de riqueza: "Apesar do aumento, os níveis da dívida da maioria dos países ainda não ultrapassaram os indicadores de limiar tradicionais; na realidade, diminuíram em nove países africanos -- por vezes mecanicamente, devido à mudança de base do produto interno bruto -- e mantiveram-se estáveis noutros".
O BAD antevê um aumento das taxas de juro do dólar e um alargamento dos diferenciais das obrigações soberanas, o que aumenta o risco de cortes súbitos nos fluxos destes capitais privados.
"África necessita de mais financiamento para o desenvolvimento", admite o BAD, mas alerta que "a acumulação de dívida deve ser consistente com as necessidades de desenvolvimento dos países e com as capacidades de cumprimento das obrigações dos empréstimos sem comprometer os fundamentos para o crescimento futuro".
Assim, defendem os técnicos da instituição liderada por Akinwumi Adesina, "a dívida deve ser implementada em investimentos produtivos, que produzam fluxos de rendimento para o autofinanciamento e o crescimento da economia, de modo a criar a capacidade de uma maior mobilização de recursos internos".
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