Sindicatos convocam greve na Air France por aumentos salariais
Vários sindicatos da Air France convocaram uma greve para quinta-feira e pediram a pilotos, pessoal de cabine e de terra para a respeitarem, exigindo um aumento salarial de 6% depois dos bons resultados da companhia aérea.
© Reuters
Economia Quinta-feira
A Air France deve indicar ainda hoje quais as consequências desta greve nos voos.
Está prevista uma concentração na quinta-feira de manhã em frente à sede da companhia, em Roissy, perto de Paris, onde deverá ter lugar uma reunião que abordará os resultados financeiros de 2017.
Os sindicatos consideram, no entanto, que o local da reunião pode mudar, para evitar que se repitam os incidentes de outubro de 2015.
Nessa ocasião, trabalhadores da Air France entraram na sede do grupo e agrediram membros da direção, quando estava a ser apresentada uma reestruturação que previa a eliminação de perto de 3 mil postos de trabalho em dois anos.
A greve de quinta-feira é mais um episódio do processo de negociações salariais para 2018, encerrado após duas sessões agitadas, com a administração a presentar uma proposta de acordo que prevê um aumento, o primeiro desde 2011, de cerca de 1%.
A proposta foi rejeitada pela maioria dos sindicatos e decidida de forma unilateral pela empresa.
As organizações que convocaram a greve consideram a proposta "uma esmola" que "não permite compensar o aumento do custo de vida nem recuperar os salários congelados desde 2011". Pedem um aumento geral de 6%, argumentando que a empresa teve bons resultados financeiros.
O grupo Air France-KLM teve um lucro operacional de 1.488 milhões de euros em 2017, 588 milhões dos quais destinados à parte francesa.
O presidente da Air France-KLM, Jean-Marc Janaillac, disse ao jornal Le Monde que as reivindicações dos sindicatos "não são razoáveis".
"O custo global desse aumento representaria cerca de 240 milhões de euros, ou seja, praticamente o preço de dois Boeing 787", declarou.
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