Associação de chefes de estações diz que greve "não beneficia ninguém"

O presidente da Associação Nacional dos Chefes de Estação dos Correios (ANCEC) considerou hoje que a greve dos CTT convocada para sexta-feira "não beneficia ninguém" e que a empresa tem de se adaptar sob "pena de hipotecar o futuro".

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Lusa
21/02/2018 16:44 ‧ 21/02/2018 por Lusa

Economia

CTT

A ANCEC, criada em 1988, conta com 226 associados e decidiu "desta vez" tomar "uma posição" relativamente à greve marcada pelos sindicatos dos Correios de Portugal contra a redução de pessoal e encerramento de postos.

"Entendemos que todos têm direito à greve", mas esta paralisação "não vai ao encontro dos interesses dos trabalhadores, tem mais cariz político", acabando por "denegrir a imagem da empresa", acrescentou o presidente da ANCEC, José Sá.

Questionado pela Lusa sobre qual a razão de só agora a entidade tomar uma posição, quando os CTT tiveram uma greve no final de dezembro, José Sá disse que é preciso "dizer basta" e que esta era a altura de a ANCEC "dar o seu contributo".

A associação "não é muito de fazer comunicados, são mais internos", prosseguiu, mas face à situação de contestação ao Plano de Transformação Operacional, a ANCEC decidiu tomar uma posição.

"A empresa tem de se adaptar à nova realidade do mercado", considerou José Sá, que também é chefe da estação de Correios (agora designado como gestor de loja) de Guimarães.

Nesta estação, disse, "há menos pessoas, menos clientes, menos tráfego de correio", e, em contrapartida, as "encomendas aumentam", mas ainda não compensam na totalidade.

"Temos de pensar no futuro da empresa nos próximos anos", afirmou.

Na terça-feira, a Associação Nacional de Responsáveis de Distribuição (ANRED) afirmou não se rever nos "fundamentos subjacentes" à greve geral e manifestação dos trabalhadores dos CTT, classificando esta atuação como "lesiva dos interesses".

Marcadas pelos sindicatos Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (SNTCT), dos Trabalhadores das Comunicações e dos Media (Sindetelco), dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV) e Independente dos Correios de Portugal (Sincor), as ações de luta -- greve nacional e manifestação em Lisboa -- visam contestar a redução de pessoal e o encerramento de postos de atendimento, exigindo também a reversão da privatização da empresa.

Em causa, segundo os sindicatos, está a degradação da qualidade do serviço universal postal, que se deve à falta de investimento em recursos humanos e em meios e equipamentos.

No comunicado, a ANRED alude à "situação de queda imparável do volume de correio" para argumentar que a empresa se deve "adaptar e transformar".

Contudo, salienta que "esta necessidade em nada tem que ver com a natureza pública ou privada da empresa", sendo antes "uma necessidade para assegurar o seu futuro", posição igualmente defendida pela ANCEC.

Em dezembro passado, os CTT divulgaram um Plano de Transformação Operacional, que prevê, entre outras medidas, a redução de cerca de 800 trabalhadores na área das operações em três anos e a otimização da rede de lojas, através da conversão em postos de correio ou do fecho de lojas com pouca procura.

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