FESAP esperava que serviços estivessem preparados para pagar progressões
A Federação de Sindicatos de Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (FESAP) considerou hoje que era expectável que os serviços estivessem mais preparados para efetuarem os pagamentos relativos às progressões e remunerações de carreiras na administração púbica.
© Global Imagens
Economia José Abraão
"Depois de sete anos de congelamento de carreiras e progressões, era espectável que os serviços públicos estivessem mais preparados. Se ganhámos o direito à mudança de posição remuneratória, era no final do mês de janeiro que deveríamos receber esses pagamentos. Temos de receber aquilo a que temos direito sem andarmos nesta turbulência", disse o dirigente da FESAP, José Abraão, que falava aos jornalistas após uma reunião com a secretária de Estado da Administração e Emprego Público, Maria de Fátima Fonseca, no Ministério das Finanças.
O sindicalista defendeu ser esta a altura de se produzirem avanços no que concerne à melhoria dos salários na administração pública, recorrendo a aumentos salariais e a "novas carreiras tratadas de forma diferente", para que sejam prestados "melhores serviços" às populações.
"Estes atrasos trazem insatisfação, incerteza e revolta aos trabalhadores. Estamos a negociar as carreiras e a procurar corrigi-las e não retiramos da mesa nenhuma forma de luta que se possa promover, mas, antes de tudo mais, privilegiámos a negociação coletiva", acrescentou.
José Abraão disse ainda que os aumentos atribuídos aos assistentes operacionais não cobrem todas as necessidades, notando que podem até ser criadas situações de injustiça.
"Um trabalhador que está na terceira posição remuneratória e recebe 583,58 euros, tem neste momento nove créditos e a promessa que está em cima da mesa de que irá mudar de posição remuneratória para os 635 euros não faz sentido. Corrige-se uma situação, mas deixam-se outras situações a descoberto. Daí que continuamos a defender a alteração às carreiras gerais com assistentes operacionais técnicos ou técnicos superiores. É preciso olhar para a classe média-baixa da administração pública e fazer justiça, por isso, defendemos aumentos salariais já para 2019", exemplificou.
O Governo anunciou hoje que 40.000 trabalhadores da administração central, pertencentes a 125 organismos, já tiveram a valorização remuneratória em janeiro e fevereiro.
O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) também já reagiu a este valor, considerado tratar-se de "um universo diminuto".
"Aquilo que sabemos é que apenas 125 serviços fizeram progressão das remunerações e das carreiras em janeiro, abrangendo cerca de 40 mil trabalhadores da administração pública. É, claramente, um universo diminuto", disse a presidente do STE, Maria Helena Rodrigues.
No entanto, o Governo prevê que duplicar os números apresentados em março.
Ainda hoje a secretária de Estado vai reunir-se com a Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública.
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