Centenas em frente ao parlamento dos Açores pedem justiça nos voos
Algumas centenas de faialenses manifestaram-se hoje em frente à Assembleia Legislativa Regional dos Açores (ALRAA) pedindo justiça nos voos de e para a ilha, tendo sido escutados por todos os partidos, pelo autarca local e pelo Governo Regional.
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Economia Faial
A concentração em frente ao parlamento açoriano deu-se cerca das 18:30 locais (menos uma hora que em Lisboa) e, empunhando cartazes de protesto para com o executivo e a companhia aérea SATA, centenas de açorianos pediam "justiça" e que a SATA, cujo acionista único é o Governo dos Açores, trate "de forma equitativa as suas várias rotas".
"O que há é uma redução efetiva de lugares disponíveis do ano passado para este ano", sustentou o faialense Dejalme Vargas, um dos organizadores do protesto, que falava com o líder da bancada do PS, André Bradford, conversa escutada pelos jornalistas.
O socialista garantiu disponibilidade do partido para o diálogo, posição também assumida pelo Governo Regional, na voz do secretário regional para os Assuntos Parlamentares, Berto Messias.
A oposição, por seu turno, sublinhou apoio para com os manifestantes: Duarte Freitas, presidente do PSD/Açores, transmitiu "força" e "vontade de defender o Faial", ao passo que Artur Lima, líder do CDS-PP/Açores, acusou o executivo liderado por Vasco Cordeiro de querer "dividir para reinar" nos Açores.
Uma "reunião providencial em Bruxelas" do líder do Governo Regional (que se encontra por estes dias na capital belga), que motivou a sua ausência dos trabalhos parlamentares, foi assinalada pelo deputado do PPM, Paulo Estêvão, que falou depois de a delegação do Bloco de Esquerda, encabeçada por Zuraida Soares, ter demonstrado compreensão pelo protesto.
O deputado do PCP, João Paulo Corvelo, recebeu elogios da população, que elogiou o eleito pela ilha das Flores por defender os faialenses na questão dos voos da SATA.
O governo açoriano sustenta que a operação da SATA para o Faial tem uma "oferta superior à utilização" de lugares em 2017.
Depois de um encontro tido na terça-feira com o autarca da Câmara da Horta - que também esteve hoje na manifestação, reiterando querer "constuir pontes" nesta questão - a secretária regional dos Transportes e Obras Públicas, Ana Cunha, sublinhou que a operação planeada para o período de verão IATA (entre fim de março e fim de outubro) se baseou, "de uma forma racional e como é princípio de boa gestão", nos lugares ocupados em igual período em 2017.
"Não há aqui qualquer estrangulamento nas acessibilidades à ilha, muito pelo contrário, a oferta é superior à utilização do ano anterior, para homólogos períodos e, portanto, tem ainda, além disso, margem para acomodação de um crescimento que se quer e que é o que é saudável para esta ilha e para a nossa região", vincou a governante.
Em julho e agosto, admitiu, não haverá um aumento de voos, justificado com o facto de, nesse período, no ano passado, ter havido quebra de utilização (-4%), "o que representa cerca de 4.600 lugares não utilizados". Além disso, houve uma "percentagem significativa de voos que ficaram com uma taxa de ocupação muito abaixo dos 60%".
A Câmara do Comércio e Indústria da Horta (CCIH) também já exigiu que o Governo dos Açores e a SATA garantam um aumento do número de voos e de lugares, nos horários de verão, para a ilha do Faial.
"A Câmara do Comércio vai exigir ao Governo [Regional] e ao poder político que haja uma adequação da oferta à procura que existe neste momento para o destino das ilhas do Triângulo [Faial, Pico e São Jorge] e também das ilhas das Flores e do Corvo", anunciou também recentemente Francisco José Rosa, membro da direção da CCIH, em conferência de imprensa.
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