Que lições nos dá a Islândia sobre o combate à diferença salarial?
País proibiu que os homens ganhassem mais do que as mulheres. Porém, mesmo que esse modelo não funcione noutro local, há lições que podemos retirar.
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Economia Desigualdade
Em janeiro ouvimos dizer que a Islândia proibiu que os homens ganhassem mais do que as mulheres, o que levou a uma forte manifestação nas redes sociais por todo o mundo. O que temos a aprender com este ‘peso pesado na igualdade de género’ como lhe chama a BBC?
Um relatório internacional anual, citado pela BBC, revela que a Islândia é o país com menor desigualdade salarial há nove anos consecutivos. Também dados da União Europeia (UE) revelam que o país é líder na inclusão de mulheres no mercado de trabalho, com uma força superior a 80%.
Porque que isto acontece? Pode ser devido a várias decisões políticas, como o direito legal de mães voltarem ao mercado de trabalho após terem tido filhos, por exemplo.
"Há um legado histórico de mulheres fortes que inspiraram outras mulheres cá", explicou Thorgerdur Einarsdóttir, professora de género da Universidade da Islândia, em declarações à BBC, citando a eleição da primeira presidente mulher eleita democraticamente, Vigdis Finnbogadottir, em 1980. "Talvez também tenha a ver o tamanho pequeno do país, as proximidades e o fluxo fácil de informação. É muito fácil mobilizar ações quando diferentes grupos de mulheres se unem aqui”, acrescentou.
Esta política funcionaria noutro país?
Já Richard Reeves, um responsável sénior da Instituição Brookings, que estuda a diferença de salários em vários setores e em diferentes países, disse à BBC que por mais que a Islândia esteja "à frente nas reformas" e que seja capaz de acabar com as diferenças de salário no futuro, não se pode assumir que as políticas desse país possam ser aplicadas noutro lugar.
"No entanto, há lições úteis a serem aprendidas aqui, incluindo que a diferença de salário não acontece sozinha", afirma Reeves.
Mudar para a Islândia pode não ser uma possibilidade para grande parte das pessoas, mas não custa nada aprender com o modelo da Islândia, refere a mesma publicação.
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