Após a identificação de pelo menos 523 estabelecimentos em Espanha, França, Brasil, Reino Unido, Alemanha e Canadá, 98 aderiram à rede após terem sido alvo de uma visita técnica, que avaliou fatores como formação profissional, práticas de higiene e segurança alimentar ou decoração, além da execução culinária e do empratamento e apresentação final.
Como critérios obrigatórios figura a existência de, pelo menos, um responsável pelo atendimento ao público que fale português, ementas bilíngues e uma decoração com referências a Portugal.
A Rede pretende fazer dos restaurantes portugueses no estrangeiro "verdadeiros agentes de divulgação, promoção e 'venda' de Portugal", dinamizando o artesanato, produtos e cultura nacional e atraindo turistas ao país.
A primeira fase do projeto começou por Espanha, França, Reino Unido, Alemanha e Brasil e foi cofinanciada em 2 milhões de euros pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), no âmbito do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (COMPETE 2020).
Para a segunda fase, que vai englobar a Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Suíça, Canadá, Estados Unidos e China, a AHRESP vai investir 3,5 milhões de euros, cujo financiamento ainda não foi garantido.
O projeto faz parte do programa "Taste Portugal", que conta com o apoio do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Turismo de Portugal e Minha Terra - Federação Portuguesa das Associações de Desenvolvimento Local.
Susana Leitão falava à agência Lusa em Londres, onde a AHRESP concluiu na segunda-feira uma viagem pelos cinco países iniciais para entregar as placas oficiais de membros aos restaurantes aderentes à rede.
Dos 75 identificados no Reino Unido, 15 aderiram ao projeto, incluindo A Toca, de Fernando Marques.
"Temos um restaurante grande e interessa-nos angariar mais clientes ingleses", disse à agência Lusa, durante uma cerimónia na embaixada de Portugal.
Proprietário do espaço há mais de 10 anos, sente-se "orgulhoso por levar a gastronomia portuguesa a mais pessoas".
Sobre a adesão à Rede, além de publicidade, espera poder beneficiar recebendo estagiários das Escolas de Turismo e Hotelaria do Turismo de Portugal e das Instituições de Ensino Superior Politécnico de Portugal.
"Ficamos nós mais atualizados em termos de técnicas e conhecimento e eles aprendem sobre os gostos e costumes dos britânicos", disse.