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Cantora lírica portuguesa vence concurso internacional dos Países Baixos

A cantora lírica portuguesa Cláudia Ribas, a trabalhar atualmente na Ópera de Frankfurt, na Alemanha, venceu o grande prémio da 57.ª edição do Concurso Vocal Internacional dos Países Baixos, tendo ainda recebido outras três distinções.

Cantora lírica portuguesa vence concurso internacional dos Países Baixos
Notícias ao Minuto

30/10/24 10:07 ‧ Há 4 Horas por Lusa

Cultura Cláudia Ribas

"Este é um concurso de grande escala e tem muita visibilidade (...) Tendo ganhado este concurso tenho um pouco mais de peso. Em alguns casos nem preciso de fazer audições para conseguir um trabalho", disse a mezzo-soprano portuguesa, em declarações à Lusa.

 

Além do grande prémio, Cláudia Ribas, de 31 anos, foi a favorita do público, conquistando também o prémio Wagner e o prémio do Júri Júnior. Apresentaram-se ao concurso 67 participantes de 27 países diferentes. A cantora lírica interpretou "Höre mit Sinn, was ich dir sage" de "O Crepúsculo dos Deuses" de Richard Wagner, e "Mon coeur s'ouvre à ta voix" de "Sansão e Dalila" de Saint-Saëns.

"Fiquei surpreendida e super contente. É um sentimento de uma alegria, e uma sensação que nem sei bem explicar. Quase não conseguia acreditar. Nunca sabemos quem está do outro lado a ouvir, não podemos antecipar o que o júri vai decidir", apontou.

Cláudia Ribas começou a estudar canto no conservatório de Coimbra com 18 anos, mas a ligação à música começou mais cedo.

"Sempre cantei desde miúda. A minha mãe fazia parte do coro misto da Universidade de Coimbra e sempre fomos ligados à música, não de forma profissional, mas como hobbi. A minha mãe foi uma grande incentivadora da música em minha casa, então sempre cantei na escola, nos receitais, às vezes no coro da igreja", recorda.

Percebeu cedo que o futuro da sua carreira não passava por Portugal. Obteve a licenciatura no Conservatório de Amesterdão e o mestrado na Academia Real Dinamarquesa de Música.

"Senti que tinha de ser porque não estava muita agradada com a formação que estava a ter em Portugal e com a perspetiva de canto em Portugal (...) Então resolvi experimentar a minha sorte fora, e acho que fiz bem porque as pessoas que vejo que vieram para o estrangeiro têm tido muito mais sucesso do que as que ficaram. A perspetiva de trabalho em Portugal é muito limitada", lamenta.

Admite voltar a Portugal, mas apenas em trabalho, não para viver. Juntou-se ao Opera Studio, na Opera de Frankfurt, na temporada de 2022/2023.

"Tem sido interessante, estou a gostar do trabalho que estou a fazer (...) O nível dos cantores é muito alto e estou sempre a aprender. Comparativamente, a Holanda também está um pouco limitada em termos de trabalho (...) A Alemanha está pejada de casas de opera em todos os cantos, e há muito mais trabalho aqui. Há sempre concertos, espetáculos. E é bom para a nossa carreira como artistas", sublinha.

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