"Entre o início do ano e o final de maio, foram criadas 23.488 novas empresas em Portugal, um registo 2,9% abaixo dos cinco primeiros meses do ano anterior (-690 constituições de empresas)", regista a análise da Informa D&B, que disponibiliza informação comercial e financeira de empresas.

Segundo a consultora, este recuo "deve-se a uma descida no primeiro trimestre face ao ano anterior".

A evolução negativa foi registada na maior parte dos setores, em particular dos transportes, que caiu 24%, com menos 713 constituições que até maio de 2023. Esta é uma tendência que se tem verificado desde dezembro do ano passado, "em especial no transporte ocasional de passageiros em veículos ligeiros" -- os TVDE.

Os outros setores que registaram descidas expressivas em termos homólogos entre as constituições estão as atividades imobiliárias (-7,0%, com menos 159 constituições), grossistas (-11% e -114 constituições) e alojamento e restauração (-4,2% e menos 101 constituições).

Em sentido inverso, houve quatro setores com aumento do número de constituições, destacando-se a construção (+8,4%), com mais 224 novas empresas nos primeiros cinco anos deste ano face ao mesmo período do ano passado, com 2.896 empresas.

A Área Metropolitana de Lisboa lidera as descidas entre as novas constituições, com menos 10% (-967 novas empresas) em termos homólogos, enquanto a região Norte "lidera as subidas com mais 191 novas empresas (+2,7%)".

Até final de maio, 914 empresas iniciaram um processo de insolvência, mais 12% e 101 processos que no período homólogo, mantendo uma tendência de subida que se verificou no último ano.

As indústrias concentram o maior número de insolvências, somando 125 dos processos, um aumento de 81%.

"O aumento do número de processos de insolvência no setor das Indústrias foi muito concentrado em empresas de Têxtil e Moda (+163%; +109 processos de insolvência), nomeadamente nas atividades de Fabricação de calçado (+442%; +53 processos de insolvência) e Confeção de outro vestuário exterior em série (+113%; +35 processos de insolvência), localizados na região Norte, em especial nos distritos do Porto e Braga", refere a Informa D&B.

O retalho foi o segundo setor com mais insolvências, tendo registado uma subida de 20%.

Quanto aos encerramentos de empresas, até 31 de maio foram registados 5.119 encerramentos. Já nos últimos 12 meses, o acumulado foi de 15.120 encerramentos, "um registo 2,1% acima dos 12 meses anteriores".

A consultora regista que para esta variação "contribuíram em especial os setores dos serviços empresariais (+12%; +258 encerramentos), transportes (+21%; +144 encerramentos) e alojamento e restauração (+6,4%; + 106 encerramentos)".

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